'Meu pai era tudo para mim. Não sei como vai ser daqui para frente', afirma filho de Genival Lacerda
Último trabalho do músico paraibano foi um EP gravado ao lado do filho, João Lacerda, e lançado em agosto de 2020
“Meu pai era uma luz divina, uma grande personalidade da música brasileira. Ele foi o rei da munganga, que infelizmente nos deixou”. Foi com essas palavras que o músico João Lacerda, filho de Genival Lacerda, lamentou a morte do pai, aos 89 anos, vítima da Covid-19, na manhã desta quinta-feira (7).
João conversou com os jornalistas na saída do Hospital Unimed Recife I, na Ilha do Leite, área central do Recife, onde Genival estava internado desde o dia 30 de novembro. “Perdi um irmão, um amigo para todas as horas. Meu pai era tudo para mim. E não sei como é que vai ser daqui para frente”, disse aos repórteres.
Ressaltando a importância do legado do pai, João afirmou que o pai fez história na música popular brasileira. “A irreverência dele é o que mais marca para o povo. A forma dele se apresentar, a camisa colorida, a percata, o chapéu: tudo tinha a ver com o fato dele ser nordestino”, apontou.
Segundo João, a música preferida pelo pai era também a que os fãs mais lembravam. “O pontapé inicial da carreira dele foi Severina Xique-Xique’. Essa música realmente mudou a nossa vida e o público não deixava de pedir em todos os shows dele, duas ou três vezes”, revelou. O último trabalho realizado por Genival foi o EP “Pai e Filho”, gravado em parceria com João e lançado em agosto do ano passado.
O corpo de Genival será sepultado em Campina Grande, na Paraíba, atendendo à vontade do artista, que queria ser enterrado junto à lápide de sua mãe. Seguindo os protocolos da pandemia, a cerimônia será restrita aos familiares. “Agradecemos às orações de todo o povo brasileiro neste momento tão delicado”, comentou.