TEMPORAL

Nevasca mata três pessoas na Espanha

Devido a esta nevasca histórica, cinco regiões do centro do país foram colocadas em alerta vermelho na manhã deste sábado

Os parques foram fechados, enquanto os ônibus públicos e a coleta de lixo foram suspensos - Foto: Oscar Del Pozo/AFP

Pelo menos três pessoas morreram devido à forte nevasca que atinge a Espanha e que paralisou Madri e uma parte do país, anunciou neste sábado (9) o ministro do Interior.

"Embora, apesar das condições climáticas extremamente difíceis, o número de incidentes seja relativamente limitado, temos três mortes para lamentar", disse Fernando Grande-Marlaska em entrevista coletiva.

"Enfrentamos a tempestade mais intensa dos últimos 59 anos", acrescentou o ministro.

Centenas de motoristas continuam presos em seus veículos, o aeroporto de Madri segue fechado e esquiadores e trenós eram vistos nas ruas, enquanto as autoridades temem que o pior ainda está por vir devido à neve que continua a cair.

"Evitem deslocamentos e respeitem as instruções dos serviços de emergência. Estejam vigilantes diante da tempestade Filomena", tuitou esta manhã o primeiro-ministro Pedro Sanchez, elogiando o trabalho dos "profissionais que procuram ajudar as pessoas presas na neve".

Em Madri, coberta por uma camada de neve inédita em meio século, os moradores tiraram dos armários seus esquis ou mesmo um trenó puxado por cinco cães, segundo imagens da AFP ou postadas nas redes sociais.

Devido a esta nevasca histórica, a mais forte desde 1971 na Espanha, cinco regiões do centro do país, incluindo Madri, foram colocadas em alerta vermelho na manhã deste sábado.

Na capital, "a situação é gravíssima", alertou o prefeito José Luis Martinez-Almeida no Twitter, pedindo aos moradores que não saiam de suas casas, pois a neve não parou de cair desde sexta-feira à noite.

Os parques foram fechados, enquanto os ônibus públicos e a coleta de lixo foram suspensos.

As autoridades de Madri também decidiram pelo fechamento das escolas na segunda e terça-feira.

O Aeroporto Internacional Madrid-Barajas, fechado desde a noite de sexta-feira, continuará paralisado neste sábado por "razões de segurança", enquanto cerca de trinta voos já foram cancelados na sexta e quase o mesmo número precisou pousar em outro lugar.

Chegando ao aeroporto na sexta-feira às 17h, Covadonga Solares, de 24 anos, disse à AFPTV que chegou a embarcar em seu avião, mas esperou "por 3h30 sem informação" enquanto aguardava a pista ser limpa de neve. 

A jovem e todos os outros passageiros do voo foram finalmente levados de volta para o aeroporto, onde dormiram "nas esteiras e balcões" do terminal.

Partidas adiadas
A partida válida pelo campeonato espanhol de futebol entre Atlético de Madrid e Bilbao foi adiada indefinidamente, pois o avião que transportava o time basco não conseguiu pousar. 

A partida de handebol entre Espanha e Croácia marcada para sábado às 18h em Madri também foi cancelada, informou a federação espanhola.

“Perante a situação provocada pela tempestade Filomena”, todos os trens que chegavam ou saíam de Madri foram cancelados, disse a empresa ferroviária nacional Renfe, enquanto pelo menos duas linhas de metrô tiveram seu tráfego interrompido na capital.

Os serviços de emergência na região de Madri disseram que "trabalharam a noite toda para ajudar" motoristas presos e "liberaram mil veículos", pedindo a outros que "continuem pacientes".

Além de Madri, Aragão, a região de Valência e a de Castela-La Mancha e Catalunha são as áreas mais afetadas por esta tempestade devido à interação entre um fluxo de ar muito úmido e relativamente ameno vindo do sudeste e uma massa de ar muito fria. 

No total, 36 das 50 províncias da Espanha são afetadas por alertas de diferentes níveis.

A Catalunha proibiu a circulação de veículos pesados de mercadorias, assim como Castela-La Mancha, que indicou ainda que 1.300 caminhões estão estacionados em várias áreas da região.

Patricia Manzanares, uma motorista, contou à televisão nacional que ficou presa por 15 horas sem comida na rodovia M-40, na região de Madri.

“Estou aqui desde 19h da noite passada, somos muitos nessa mesma situação, há 60 cm de neve e em breve ficaremos sem gasolina (para acionar o aquecimento do carro)”, disse ela.