Economia

Serviços crescem 2,6% em novembro, mas continuam sem recuperar perdas da pandemia

Na comparação com novembro de 2019, o volume de serviços mostra um resultado negativo de 4,8%

Setor de serviços - Pixabay

Apesar da sexta alta seguida, com crescimento de 2,6% em novembro, o setor de serviços ainda não recuperou as perdas da pandemia, informou nesta quarta-feira (13) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
 
Setor com recuperação mais lenta desde a reabertura da economia, o volume de vendas dos serviços ainda está 3,2% abaixo do registrado em fevereiro, antes da chegada da Covid-19 ao Brasil.
 
Serviços é o setor que mais emprega no país e sua retomada é considerada fundamental para acelerar a recuperação econômica após a pandemia. Apesar da flexibilização do isolamento social no período, não houve uma retomada do patamar pré-crise.
 
Na comparação com novembro de 2019, o volume de serviços mostra um resultado negativo de 4,8%, a nona baixa seguida neste índice.
 
No acumulado do ano até novembro, o setor recuou 8,3% na comparação com o mesmo período de 2019. Em 12 meses, a queda é de 7,4%, o pior resultado desde o início da série histórica.
 
O setor deve fechar o ano com o pior recuo desde o início da pesquisa, em 2011.
 
Na divulgação desta quarta, todos os cinco ramos de atividade tiveram crescimento, com destaque para os dois setores mais afetados pela pandemia: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com alta de 2,4%, e serviços prestados às famílias, que avançaram 8,2%.
 
Com o crescimento recente dos casos de Covid-19, que vem registrando cada vez mais mortes -foram 1.109 nesta terça (12)-, a recuperação incipiente pode perder força.
 
O gerente da pesquisa Rodrigo Lobo apontou que as atividades presenciais são as que enfrentam mais obstáculos para recuperarem o nível pré-pandemia, como os ramos de restaurantes, hotéis e transportes.
 
"Atividades como restaurantes, hotéis, serviços prestados à família de uma maneira geral e transporte de passageiros, seja o aéreo, o rodoviário e ou o metroviário, até mostraram melhoras, mas a necessidade de isolamento social ainda não permitiu o setor voltar ao patamar pré-pandemia", afirmou o gerente.
 
O setor de transportes ainda está 5,4% abaixo do patamar de fevereiro, apesar do ganho de 26,7% entre maio e novembro. No mesmo período, os serviços prestados às famílias tiveram alta de 98,8%, mas seguem 34,2% abaixo do nível anterior à chegada da Covid-19.
 
Segundo o IBGE, somente serviços de informação e comunicação (0,5%) e outros serviços (0,5%) superaram o nível de fevereiro.
 
Os serviços cresceram em 19 das 27 unidades da federação. São Paulo teve o avanço mais significativo, com alta de 3,2%. Outros registros importantes foram em Minas Gerais, (2,8%), Rio de Janeiro (1,3%), Rio Grande do Sul (3,2%), Pernambuco (5,2%) e Paraná (2,1%).


Por outro lado, o Distrito Federal teve o recuo mais forte, de 9,9%.
 
Na comparação com novembro de 2019, 22 das 27 unidades federativas recuaram no volume de serviços. As influências mais negativas foram de São Paulo (-3,8%), Rio de Janeiro (-7,9%) e Distrito Federal (-18,6%).
 
O IBGE calcula mensalmente um indicador que reúne as atividades do setor ligadas ao turismo. Em novembro, o Índice de Atividades Turísticas avançou 7,6% na comparação com o mês anterior, sétima taxa positiva seguida.
 
Porém, o segmento de turismo ainda está 42,8% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, antes da pandemia promover o distanciamento social como forma de conter o avanço da Covid-19 pelo país, afetando boa parte das atividades turísticas.