PANDEMIA

EUA registram recorde diário de mortes por Covid-19; China impõe novos confinamentos

Os Estados Unidos tiveram quase três mortes por minuto decorrentes do novo coronavírus no intervalo de 24h

Nas últimas 24h nos EUA foram registrados cerca de 4.500 óbitos por Covid-19 - Foto: Ariana Drehsler/AFP

Quase três mortes por minuto e cerca de 4.500 mortos por Covid-19 em um dia. Estados Unidos continua registrando tristes recordes em pleno surto da pandemia em todo o mundo, também na China, onde dezenas de milhões de pessoas voltam a se confinar.

Um ano depois da detecção do vírus na província chinesa de Wuhan, a pandemia causou mais de 1,96 milhão de mortes no mundo e cerca de 91,5 milhões de casos, segundo a contagem desta quarta-feira (13) da AFP com base em fontes oficiais.

Estados Unidos, o país mais enlutado pela pandemia, registrou na terça-feira 4.470 mortos e mais de 235 mil novos contágios. Até agora, a primeira economia mundial não havia superado os 4 mil mortos por coronavírus em 24 horas.

Este número diário chocante é quase o mesmo que o balanço total de mortos pela pandemia na China (4.634), onde a doença foi identificada pela primeira vez no final de 2019. No total, Estados Unidos registra mais de 380 mil mortos e 22,8 milhões de casos.

"É, sem dúvida, o período mais sombrio de toda minha carreira", admite Kari McGuire, responsável da unidade de cuidados paliativos do hospital Santa Maria de Apple Valley, uma pequena cidade da Califórnia.

Números "astronômicos"
Neste hospital, totalmente saturado, os pacientes com Covid-19 se amontoam nos corredores, em macas improvisadas na unidade de terapia intensiva (UTI) e até mesmo nos serviços de pediatria. Segundo McGuire, o número de mortos é "astronômico".

Para tentar frear os contágios, as autoridades federais anunciaram que, a partir de 26 de janeiro, será exigido um teste negativo a todos os viajantes que chegarem ao país de avião. 

O aumento da doença é notado em todo o país, mas afeta especialmente o sul e o oeste.

O vírus também não dá trégua no vizinho México, que na terça-feira alcançou um novo recorde diário de casos e óbitos, com 1.314 mortes e 14.395 casos confirmados. No total, o país de 129 milhões de habitantes conta 1,5 milhão de casos e 135.682 mortos desde o início da pandemia. 

Panamá, a nação da América Central que registrou mais contágios, com mais de 285 mil casos acumulados e mais de 4.500 mortos, planeja alugar contêineres refrigerados para armazenar os corpos devido ao colapso dos necrotérios e hospitais pela pandemia, no que considera sua "pior crise sanitária em 100 anos".

Novos confinamentos na China
Na China, que se alegrava por ter erradicado a pandemia e onde a última morte por Covid-19 oficialmente registrada remonta a maio, vários focos surgiram nos últimos dias, o que levou a uma resposta contundente das autoridades.

A província de Heilongjiang, que compartilha uma longa fronteira com a Rússia, proclamou "estado de emergência epidêmico" e proibiu nesta quarta-feira o deslocamento para seus 37,5 milhões de habitantes, após descobrir cerca de trinta casos.

Uma das cidades da província, Suiua, que conta com mais de cinco milhões de habitantes, já entrou em quarentena na segunda-feira após o registro de 45 casos assintomáticos. 

Em todo o país, havia 115 novos casos nesta quarta, o número mais alto desde julho passado.

Fora de Heilongjiang, cerca de 20 milhões de habitantes do norte da China estão submetidos a algum tipo de confinamento. E na província de Hebei, em torno de Pequim, seus 76 milhões de habitantes estão proibidos de sair da região, exceto para razões consideradas urgentes.

O Japão também ampliou, nesta quarta-feira, seu estado de emergência, já vigente em Tóquio e sua periferia, para sete outras regiões, devido ao avanço do vírus. O arquipélago tenta também isolar uma nova variante do vírus, detectada em quatro pessoas procedentes do Brasil, para analisá-la melhor.

O pesquisador brasileiro Felipe Naveca, que trabalha com o renomado instituto Fiocruz, confirmou que essa variante do SARS-CoV-2 constitui uma evolução "de uma linhagem viral do Brasil, que circula no estado do Amazonas". 

E a Indonésia, o segundo país da Ásia mais castigado pela Covid-19, atrás da Índia, com cerca de 850 mil casos registrados e 25 mil mortes, lançou a campanha de vacinação, com o presidente Joko Widodo dando o exemplo.