Conheça os riscos da automedicação para emagrecer
Farmacêutico explica os efeitos graves da automedicação para quem quer perder peso mais rápido
Quem quer pegar um atalho para emagrecer, deve pensar duas vezes antes de recorrer a automedicação. O uso de remédios com essa finalidade deve ser recomendado pelo endocrinologista após uma avaliação completa do estado de saúde do paciente. Caso contrário, os efeitos químicos podem surtir efeitos nem um pouco desejáveis para a perda de peso.
Segundo o farmacêutico Diego Guedes, coordenador da pós-graduação em farmácia clínica, com ênfase em prescrição farmacêutica, da Faculdade IDE, não existe nenhum medicamento que promova o emagrecimento sem que esteja associado a alimentação balanceada e prática de atividades físicas. “Os perigos decorrem principalmente da alteração metabólica até alterações de humor significativas”, comenta.
O interesse por “comprimidos milagrosos” é cultural e, embora certos produtos de tarja preta exijam receituário, existe um mercado paralelo para a venda desses recursos. “Persiste ainda em nossa sociedade a ideia de que a saúde provém de pílulas, seja para quaisquer desordens. Os medicamentos, quaisquer que sejam os mecanismos de ação, vão alterar funções fisiológicas em nosso organismo. Por isso, é imprescindível a avaliação por um profissional de saúde para poder verificar se há algum risco ao paciente”, explica Guedes.
Ainda de acordo com o especialista, alguns medicamentos têm seu efeito no sistema nervoso central, como a Sibutramina, que inibe a recaptação de alguns neurotransmissores, fazendo com que haja uma supressão do apetite. A fluoxetina também age por esse mecanismo de ação, mas com maiores especificidades, atuando no sistema nervoso central. Outros medicamentos agem no metabolismo, feito a Metformina, que é indicada para o tratamento do diabetes mellitus.
O que está permitido?
Um dos produtos mais populares é o shake, facilmente encontrado nas farmácias. “Ele é uma estratégia pontual e que não deve fazer parte do plano alimentar contínuo do paciente. A composição é variada, mas muitos deles são constituídos de fibras, que aumentam a sensação de saciedade, carboidratos de difícil digestão e reposição de aminoácidos, que são essenciais à dieta. Embora estes elementos sejam os essenciais à dieta, outros elementos precisam ser consumidos e que são derivados dos alimentos, principalmente frutas e verduras”, explica Diego Guedes.
Os fitoterápicos também são uma alternativa. Mas, ainda assim, não são isentos de eventos adversos. Por serem de venda livre, implicam um menor risco ao paciente, mas também não trazem um benefício milagroso.