Vacina no Brasil

Após pressão de governadores, vacinação nacional contra Covid é antecipada e começa nesta segunda

O governo federal pretendia vacinar na quarta (20). Inicialmente, havia sido prevista a antecipação da vacina para terça (19)

Vacina CoronaVac - Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

A vacinação nos estados deve ser antecipada, começando já nesta segunda-feira (18), após pressão de governadores. Eles propuseram ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, adiantar o início do processo, que a princípio ocorreria apenas a partir de quarta (20).
 
O acordo do início da vacinação se deu em uma rodinha antes do início do evento, no centro de logística do Ministério da Saúde, em Guarulhos, que reuniu governadores para distribuição das doses da Coronavac aos governadores. Tanto o governo federal quanto os governadores estão sob pressão após o governador João Doria (PSDB), iniciar a vacinação em São Paulo.
 
O governo federal pretendia vacinar na quarta (20). Inicialmente, havia sido prevista a antecipação da vacina para terça (19). No entanto, os governadores e o ministro avaliaram ser possível adiantar ainda mais para entregar todas as doses nesta segunda com aviões da FAB e já iniciar a vacinação no fim da tarde.
 
"Estão sendo embarcadas 4,6 milhões aproximadamente para todos os estados", disse Pazuello, em frente a uma aeronave da FAB, com destino a Goiás, Piauí e Ceará. "Combinamos com os governadores de acelerar todo o cronograma. O cronograma inicial era a logística hoje. Amanhã [terça] a logística dos estados para o município, e na quarta-feira o início. Os governadores solicitaram que assim que chegassem aos estados eles tivessem a liberdade de iniciar a vacinação", disse. "Alguns estados podem iniciar um pouco depois, mas aqueles que começam começam às 17h".
 
Após a tensão inicial com a ação de Doria no domingo (17), o clima entre os vereadores era de baixar a poeira e manter um discurso inicial. Mesmo Pazuello, que havia criticado a ação de São Paulo no domingo, mudou de tom. "Ontem é passado, para historiador. A partir de agora será discutido só futuro".
 
Um dos poucos que fez críticas foi o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), afirmou que o início da vacinação pelo governador João Doria (PSDB) coloca os demais estados em situação de "segunda categoria".
 
"Eu fui um dos primeiros a rebelar contra qualquer hipótese de que o estado que tem o laboratório ser o primeiro a iniciar a vacinação. Isso nunca existiu no Brasil", disse. "É um gesto que coloca os outros governadores numa situaçaõ de segunda categoria. O gesto é muito importante na vida pública. O gesto não pode ser um gesto de que uma situação de saúde pública seja transformada num processo de campanha", disse.
 
Representando o estado de São Paulo e o governador João Doria, estava presente o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM).
 
O vice-governador paulista afirmou que Doria tinha outros compromissos e que a reunião desta segunda foi agendada na noite de domingo.
 
Sobre as críticas, ele lembrou que São Paulo iniciou outras campanhas de vacinação antes do resto do país anteriormente.


Garcia adotou tom mais brando ao rebater o governo Bolsonaro, que afirmou ter bancado a vacina do Butantan. No entanto, reforçou a informação que o investimento foi de São Paulo.
 
"A discussão é quem é que de alguma maneira investiu para que tivéssemos a vacina, foi a fundação Butantan, o governo de São Paulo. A vacina está pronta e foi adquirida pelo Ministério da Saúde", disse.
 
Garcia afirmou que a vacinação no estado segue durante o dia, antes do início previsto nacional para as 17h. "O importante é a sociedade entender que existem poucas doses e há um longo caminho para que todos sejam vacinados", afirmou.