Tribunal russo ordena prisão de Navalny até 15 de fevereiro, diz advogado de defesa
Navalny estava na Alemanha se recuperando do envenenamento por uma substância neurotóxica que, segundo ele, foi encomendado pelo presidente Vladimir Putin
Um tribunal russo ordenou, nesta segunda-feira (18), a prisão por 30 dias do opositor Alexei Navalny, que foi detido no domingo ao chegar da Alemanha, onde passou cinco meses em convalescença.
"Alexei Navalny ficará detido por 30 dias, até 15 de fevereiro", disse seu advogado Vadim Kobzev em sua conta no Twitter.
Navalny foi detido no aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, menos de uma hora depois de chegar da Alemanha, onde estava se recuperando do envenenamento por uma substância neurotóxica que, segundo ele, foi encomendado pelo presidente Vladimir Putin.
Sem acesso a advogados
De acordo com o Fundo da Luta contra a Corrupção (FBK), a organização fundada por Navalny, ele está sem acesso a seus advogados desde sua detenção "ilegal" ontem.
"Está detido ilegalmente, impedem que seus advogados o vejam", afirmou o Fundo.
Dois advogados conseguiram entrar na delegacia de Khimki, onde Navalny está, mas não puderam se reunir com ele, disse sua porta-voz Kira Yarmysh.
"Não lhes permitem ver Alexei", tuitou a porta-voz.
"Não nos dão acesso a ele. Dizem que está dormindo", tuitou ontem o diretor jurídico do FBK, Viatcheslav Guimadi.
Em entrevista à Rádio Eco, de Moscou, uma de suas advogadas, Olga Mikhailova, afirmou que a polícia "viola a lei ao impedir a defesa" de se reunir com Navalny.
Navalny desembarcou ontem na capital russa, após passar cinco meses em tratamento na Alemanha, e foi detido ao chegar. Seu retorno foi tumultuado. Dezenas de seus seguidores que foram recebê-lo no aeroporto de Vnukovo foram detidos por policiais do Batalhão de Choque.
Além disso, no último minuto, o avião de Navalny, acompanhado por vários jornalistas, foi desviado para Sheremetievo.
Sua detenção e separação de sua mulher, Yulia, no controle de passaportes, aconteceu sob o olhar de inúmeras câmeras.
O FSIN, o serviço penitenciário russo, acusa-o de ter violado as medidas de controle judicial, ao viajar para o exterior para receber tratamento.
À noite, foi transferido do aeroporto de Sheremetievo para a delegacia de Khimki, um subúrbio de Moscou.