Júlio Ferraz atropela dores do isolamento e lança novo disco de inéditas "Orbe Onírico"
Produzido em seu apartamento durante o isolamento por razão da Covid-19, “Orbe Onírico” já se encontra nas plataformas digitais
Começando o ano com o pé direito, o músico e compositor pernambucano Júlio Ferraz lança um álbum de inéditas nos primeiros dias do novo ciclo, através da gravadora Discobertas. Produzido em seu apartamento durante o isolamento por razão da Covid-19, “Orbe Onírico” já se encontra nas plataformas digitais.
Construindo novos passos na luta pela sobrevivência artística, o músico foi mais fundo na ideia das transparências emocionais que refletem na sua obra, buscando canções que são imersas por sentimentos e sensações que vão desde a sua luta contra a depressão e ansiedade, até às fórmulas que o mesmo utiliza no dia a dia para alcançar a calma.
De acordo com o cantor, o disco reflete o seu período de confinamento. “Senti que precisava pôr algumas coisas para fora e, como já disse em algum outro momento, eu vivo o presente, logo não se engane, esse trabalho que vocês vão ouvir foi composto e gravado em alguns dias de outubro, quando realmente decidi que faria um disco para fechar esse ciclo de isolamento não só social mas também musical, afinal seguirei trancado até tudo isso acabar.”, disse.
O álbum carrega dois lados que buscam atravessar a noite e o dia, começando pela "Vigília" que traz canções noturnas que passeiam por madrugadas de pensamentos até chegar ao "Dilúculo", onde encontramos temas mais ensolarados vividos no caos dos dias de pandemia no Brasil. “ Em o “Ocaso”, mergulho em temas e reflexões noturnas, buscando me relacionar com os sonhos e os pesadelos que dominam aqueles instantes, mas trazendo sempre uma busca pela transmissão da calma, até mesmo em meio às dores mais profundas. Já em o “Dilúculo”, que traz canções mais ensolaradas, faço reflexões que abordam momentos do dia, onde mesmo com sua luz carregamos realidades dolorosas em nosso espírito e diante de nossa face, o diálogo com estes sentimentos seguem sempre com a mesma busca de transmitir conforto ao ouvinte.”, explicou.
Trata-se de uma produção intimista, que carrega em seu bojo uma riqueza de referências que vão da leitura urbana em tempos de isolamento até o mais íntimo e espiritual do compositor. Mais curto que o normal, Ferraz constrói um experimento singular, que traz outros experimentos ao percorrer do repertório que certamente trará respostas necessárias ao autor, que traz arte de forma direta, em um álbum feito para dar o play e ir até o fim, sem pausas, sendo este o único caminho para compreender o que se passaram nas "sessões sangrentas de outubro" de 2020.