Carlinhos Maia será notificado para explicar convite para 'furar fila' da vacina
Prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PSB), também deverá dar explicações ao Ministério Público de Alagoas
Nesta quinta-feira (21), o Ministério Público de Alagoas (MP-AL) publicou, no Diário Oficial, a abertura do procedimento preparatório que cita Carlinhos Maia, 29, e o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (conhecido como JHC), do PSB. Os dois serão ouvidos na investigação sobre o convite que o influenciador teria recebido da administração municipal para 'furar a fila' da vacina de Covid-19.
De acordo com o promotor Paulo Henrique Prado, os dois devem ser notificados na próxima semana. O órgão afirma que, nesta semana, está ocupado justamente com a fiscalização das vacinas.
A apuração visa esclarecer se Carlinhos recebeu mesmo o convite para ser um dos primeiros vacinados de Alagoas. O jovem, que não é profissional de saúde, não se enquadra nos critérios estabelecidos pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde para ter prioridade.
Maia havia relatado nas redes sociais que recusou o convite feito a ele. O vídeo foi apagado minutos depois. "Me convidaram aqui no meu estado para ser um dos primeiros a tomar a vacina", afirmou na ocasião. "Não acho justo com quem ficou em casa todo o esse tempo, não aceitei. Mas filmarei mesmo assim para incentivar ainda mais a vacinação dentro do público que me segue."
Procurada, a prefeitura não respondeu até a publicação deste texto. Carlinhos, que foi muito criticado por realizar uma festa em plena pandemia, também não se pronunciou mais sobre o assunto.
Por meio de nota, o Governo de Alagoas informou que não convidou pessoas que não fazem parte do grupo prioritário. Somente profissionais de saúde e indígenas serão vacinados com o primeiro lote. O estado de Alagoas deu início à vacinação na terça-feira (19).
A primeira aplicação no Brasil da vacina contra a Covid-19, fora dos ensaios clínicos, foi feita às 15h30 no domingo (17), no Centro de Convenções do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, na capital paulista.
A primeira pessoa a ser imunizada foi a enfermeira Monica Calazans, 54, que trabalha na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, conforme antecipou a coluna Mônica Bergamo. Com obesidade, hipertensão e diabetes, ela faz parte do grupo de risco.
Calazans foi vacinada pela enfermeira Jéssica Pires de Camargo, 30. A aplicação da vacina ocorreu em caráter simbólico, ao lado do governador João Doria, fiador da Coronavac no país. Calazans afirmou que não sentiu nenhum sintoma adverso ou efeito colateral após tomar a Coronavac. Não teve febre nem dor no braço vacinado.