São Paulo aumenta restrições e apenas serviços essenciais funcionarão entre 20h e 6h
O Governo de São Paulo anunciou, nesta sexta-feira (22), o endurecimento nas restrições no estado por causa da alta da Covid-19. Todo o estado estará na fase vermelha entre 20h e 6h durante todos os dias da semana.
A fase vermelha permite o funcionamento apenas de serviços essenciais durante o período indicado. As mudanças começam a valer a partir de segunda-feira (25) até 8 de fevereiro, ao menos.
Até quinta-feira (21), 58 cidades paulistas tinham leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes em estado grave por Covid-19 com ocupação acima de 80%, segundo o governo Doria - algumas já atingiram os 100%. O cenário indica a alta da doença no estado e a proximidade do colapso de leitos.
A secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, afirmou, em coletiva nesta sexta-feira, que as regiões de Barretos, Sorocaba, Taubaté entrarão na fase vermelha.
Já as regiões de Araçatuba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, Piracicaba, Campinas, Grande São Paulo e Registro estarão na etapa laranja. A etapa vermelha valerá nestas regiões entre 20h e 6h e aos finais de semana.
Nenhuma regional de saúde será classificada nas fases amarela e verde até 8 de fevereiro, ainda de acordo com a secretária.
"O Centro de Contingência prevê como cenário para os próximos dias são muito sombrios. Temos risco em São Paulo de termos dificuldade de oferecer leito de UTI para as pessoas que precisam de leitos específicos", afirmou João Gabbardo, secretário executivo do Centro de Contingência da Covid-19. "São Paulo tem um óbito a cada seis minutos", completou.
Ainda durante a coletiva, o governo informou que serão abertos 756 novos leitos e reativado o Hospital de Campanha em Heliópolis com 24 leitos, cujas operações deverão iniciar em 25 de fevereiro. As informações são do R7.
Nas cidades de Itaquaquecetuba, Itatiba, Fernandópolis, Socorro, Américo Brasiliense, Promissão, Artur Nogueira, Pirassununga e Porto Feliz, a taxa de ocupação já havia atingido 100%.
Só nos 21 primeiros dias deste ano, o aumento de casos foi de 42% ante o mesmo período de dezembro passado. Morreram 39% mais pessoas de Covid-19 também neste intervalo.
Foram 62 mil novos diagnósticos e 1.100 óbitos. Ao todo, São Paulo registrou desde o começo da pandemia no estado, em fevereiro de 2020, 1,66 milhão de casos e 50,6 mil mortes.
Educação
O agravamento da pandemia em São Paulo levou o governador João Doria (PSDB) a adiar em uma semana, para 8 de fevereiro, o início das aulas presenciais na rede estadual de ensino.
As aulas nas cerca de 5 mil escolas estaduais de São Paulo teriam início em 1º de fevereiro. Professores e funcionários da educação, no entanto, devem comparecer presencialmente já na primeira semana do mês para atividades de formação sobre os protocolos sanitários.
Doria decidiu também que o estado não vai obrigar os alunos a irem para a escola durante as fases mais restritivas da pandemia, a laranja e a vermelha.
As escolas públicas e particulares poderão funcionar presencialmente com até 35% dos estudantes nessas fases, mas, ao contrário do que havia anunciado anteriormente, as famílias poderão optar por enviar ou não as crianças.