Folha Política

Nem tão confortável assim para ambos os lados

Apesar do imbróglio, Paulo Câmara não votou em Dilma Rousseff

Lulu Santos apresenta novo show no Classic Hall - Reprodução

O governador Paulo Câmara chegou a ter encontro com o ex-presidente Lula, em hotel, na Capital Federal, no último dia 6 de abril. O líder-mor do PT tratava, ali, do dia seguinte ao processo de impeachment e da possibilidade de erguer pontes. A posição do PSB a favor do impedimento já era conhecida e Lula não tentou alterá-la. Mas Paulo prometeu encampar a bandeira de novas eleições. Pouco tempo depois, no dia 11, a executiva nacional do PSB recomendou, às bancadas, que votassem pelo impeachment. Paulo veio a manifestar posição contra a ocupação de cargos na gestão Temer, o que coincidiu com a decisão da executiva nacional. No entanto, o PSB não impôs vetos a ida de Fernando Filho para a Esplanada. E, mal o governo Temer começou em definitivo, já virou alvo de socialistas. O deputado federal Danilo Cabral subiu o tom ao questionar a hipótese de a gestão Michel Temer estar adotando “política discriminatória e preconceituosa com a região”. O embate deu mote para que o senador Humberto Costa subisse à tribuna, na terça, e sapecasse: “Assumam suas escolhas. Quem pariu Mateus que o embale!”. O petista referia-se ao apoio que o PSB deu à perda de mandato de Dilma. Ontem, o ministro Geddel Vieira Lima, da secretaria de Governo, lembrou que os governadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste tem “vinculações muito fortes, partidárias e políticas, com o governo passado”. E arremessou: “ Em nenhum momento, eu ouvi eles levantarem essa hipótese de decretar calamidade no governo passado”. Geddel falou em relação à carta que os governadores dessas regiões assinaram, na qual botam o governo Temer contra a parede em busca de compensação às perdas do FPE. É nesse contexto de tensão entre Pernambuco e o Governo Federal que o ex-presidente Lula, que tornou-se réu na Lava Jato esta semana, chega, hoje, à terra de Paulo Câmara para cumprir agenda com o candidato do PT à PCR, João Paulo. No momento, o PSB, do prefeito Geraldo Julio, não encontra-se em situação das mais confortáveis com o Governo Temer.

Me dê motivo
À coluna o senador Humberto Costa reforça a leitura que faz das recentes cobranças de socialistas ao Governo Federal. “A questão concreta é a seguinte:`Por que o Governo Federal não dá prioridade a estados do Nordeste, que precisam de investimentos em infraestrutura, não dá atenção a Pernambuco?”, indaga o petista.

Se fosse Dilma > Diante do embate que se alastra entre ministros pernambucanos e o Governo do Estado, nos últimos dias, Humberto avança: “Não precisou ninguém ficar brigando, em Brasília, com Dilma (Rousseff) para ela, no pacote (de concessões), apresentar várias coisas relativas a Pernambuco”.

Filosofia > “É questão de descaso. Esse governo tem a filosofia de favorecer Sul e Sudeste. Norte e Nordeste é problema. É parte da visão política que esse governo tem”, arremata Humberto Costa.

BR-101 > Lula chega às 16h hoje. Tem caminhada às 16h40, no Recife. Às 18h, discursa em ato na Praça do Diário. Segue para Ipojuca, onde participa de evento do candidato do PTB, Romero Sales. A presença de Lula vai selar a união do PTB com o PRB, cujo postulante, Gaúcho, abriu mão da candidatura em prol da unidade.

Jabuti no whats > Assim que o deputado federal Miro Teixeira levantou a lebre, na Câmara Federal, sobre o projeto que visava a anistiar o Caixa 2, na segunda-feira, pipocaram mensagens no grupo da bancada do PSDB no WhatsApp. “Uns 30 deputados colocaram: `Eu não voto`. Ninguém estava sabendo do conteúdo não`”, relata Daniel Coelho.

Tenham calma! > Após a espécie de “motim” online, o líder da bancada, Anthonio Imbassahy, avisou aos parlamentares que já havia falado com o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, e que a bancada não votaria o projeto.