Política

Bolsonaro admite recriar três ministérios com eleição de aliados para comando da Câmara e do Senado

O evento não consta da agenda oficial do presidente e aconteceu em uma sala fechada apenas com convidados -a maioria sem máscara

Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro - Marcos Corrêa/PR

Em um evento com esportistas fechado à imprensa, mas transmitido por seus filhos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta sexta-feira (29), que pretende recriar os Ministérios da Cultura, do Esporte e da Pesca, que hoje são apenas secretarias de seu governo.

O presidente também voltou a demonstrar seu interesse em disputar a reeleição e só deixar a Presidência em 1º de janeiro de 2027.

O evento não consta da agenda oficial do presidente e aconteceu em uma sala fechada apenas com convidados -a maioria sem máscara.

"Eu queria que hoje eu tivesse sido eleito presidente porque algumas coisas a mais eu faria, outras eu não faria. Como, por exemplo, eu tenho três secretários que, seu eu soubesse do potencial de vocês e tivesse mais conhecimento com profundidade da importância, seria um ministério", disse Bolsonaro em seu discurso.

Ele citou os atuais secretários Jorge Seif (Pesca), Mário Frias (Cultura) e Marcelo Magalhães (Esporte).

Mais adiante em sua fala, ele retomou o assunto e afirmou que a recriação dos ministérios pode ser viabilizada com a eleição de seus candidatos à presidência da Câmara e do Senado, respectivamente Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

"Se tiver um clima no Parlamento, pelo o que tudo indica as duas pessoas que nós temos simpatia devem se eleger, não vamos ter mais uma pauta travada, a gente pode levar muita coisa avante quem sabe até ressurgir os ministérios, esses ministérios", declarou.

O presidente reconheceu que pode ser alvo de críticas ao ampliar o número dos atuais 23 ministérios.

"Alguém pode falar 'ah, quer criar ministério de novo'. O tamanho do Brasil, pessoal, só o Brasil é maior que toda a Europa Ocidental", afirmou.

No mesmo discurso, Bolsonaro explicitou sua pretensão de disputar a reeleição, o que, em público, ele tem procurado não cravar.

"Pouca gente resiste ou resistiu dois meses de ataques que nós temos resistindo há dois anos. E isso eu tenho um sentimento, só um, que é entregar o Brasil em 2023 ou 2027, não sei, melhor do que eu recebi", afirmou.