Coronavírus

Brasil será um dos primeiros países a receber vacinas contra Covid-19 via consórcio Covax

A distribuição da vacina será "proporcional ao tamanho da população" para cada um dos 145 países da lista

Vacina de Oxford/AstraZeneca - Karim Sahib/AFP

O Brasil é um dos principais países que receberão vacinas contra a Covid-19 no âmbito do programa internacional Covax, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e laboratórios farmacêuticos para ajudar os países em desenvolvimento, anunciou a entidade, nesta quarta-feira (3). 

A Covax publicou, nesta quarta-feira, a lista dos primeiros beneficiários e o número de vacinas que receberão durante o primeiro semestre de 2021. 

A distribuição da vacina será "proporcional ao tamanho da população" para cada um dos 145 países da lista, afirmou Ann Lindstrand, especialista em vacinas da OMS, em entrevista coletiva. 

Segundo a lista, os países que receberão o maior número de doses neste semestre são: Índia, Nigéria, Paquistão, Indonésia, Brasil e Bangladesh. 

A Coreia do Norte também está na lista e deve receber cerca de 2 milhões de doses da vacina AstraZeneca produzida pelo Serum Institute of India (SII).

Na lista existem também alguns países ricos, como Coreia do Sul, Canadá, Andorra, Mônaco, Nova Zelândia, Catar e Arábia Saudita.

No total, as doses - em torno de 337,2 milhões de unidades - vão cobrir 3,3% da população desses 145 países. 

Trata-se de uma etapa de vacinação dos mais vulneráveis, em particular o pessoal da saúde. 

Liderada pela OMS e pela Vaccine Alliance (GAVI), a Covax pretende distribuir doses a 20% da população das nações participantes até o final de 2021.

Inclui um mecanismo de financiamento para países em desenvolvimento.

De acordo com o documento divulgado nesta quarta-feira, a Covax atualmente antecipa que 1,2 milhão de doses da vacina Pfizer/BioNTech estarão disponíveis no primeiro trimestre de 2021, sujeito a acordos complementares.

Essas doses serão complementadas com "volumes maiores" da vacina desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. 

"Durante o segundo trimestre e a partir daí, doses adicionais da vacina Pfizer/BioNTech estarão disponíveis, segundo o acordo de compra antecipada assinado entre a GAVI e a Pfizer/BioNTech para um máximo de 40 milhões de doses", afirma o documento.

"As doses totais cobrem, em média, 3,3% da população dos 145 participantes", alinhado com a meta de cobertura de 3% nos primeiros seis meses de 2021, "o que é suficiente para proteger os grupos mais vulneráveis, como trabalhadores da saúde", conclui. 

No entanto, essas previsões dependem de vários fatores, como o estado de preparação dos países para recebê-las e armazená-las.

A OMS deve certificar as vacinas. Por enquanto, a organização apenas validou a da dupla BioNTech/Pfizer, já autorizada por autoridades nacionais de vários países. AstraZeneca ainda não foi aprovada.

Como apenas 1,2 milhão de doses da vacina Pfizer/BioNTech serão distribuídas no primeiro trimestre, a OMS e seus parceiros tiveram que estabelecer um mecanismo de triagem, apesar de 72 países terem expressado interesse.

O processo de seleção levou em consideração a taxa de mortalidade do pessoal de saúde local e a preparação dos países. A OMS também examinou se os países candidatos já lançaram sua própria campanha de vacinação.

Essas doses serão enviadas para os territórios palestinos (37.440 doses) e para 17 países. Os melhores fornecidos serão Colômbia, Peru, Ucrânia, Filipinas, África do Sul e Coréia do Sul, cada um recebendo 117 mil doses. Outros países são Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Ruanda, Moldávia e Tunísia.