Justiça

Vale pagará R$ 37,680 bilhões por catástrofe de Brumadinho

O acordo firmado com o governo de Minas Gerais contemplará "projetos de reparação socioeconômica e socioambiental"

Brumadinho, Minas Gerais - Divulgação/ Corpo de Bombeiros de Minas Gerai

A mineradora Vale firmou acordo para pagar R$ 37,680 bilhões pelos danos "sociais e ambientais" causados pelo rompimento em janeiro de 2019 da barragem de resíduos de Brumadinho, que deixou 270 mortos, informou a empresa nesta quinta-feira (4).
 
O acordo firmado com o governo de Minas Gerais contemplará "projetos de reparação socioeconômica e socioambiental" e é, segundo o governo, o maior acordo, "em valor, da história do Brasil e o segundo do mundo".
 
As cláusulas estipulam, entre outros pontos, que a Vale, uma das maiores produtoras mundiais de minério de ferro, desembolsará R$ 9,170 bilhões em ajudas diretas aos atingidos, R$ 6,5 bilhões em projetos de "recuperação socioambiental integral" e R$ 4,7 bilhões em projetos de recuperação socioeconômica.
 
O valor total é "apenas uma estimativa" que "pode ser ampliada se necessário", afirmou o governo mineiro comunicado.
 
O valor determinado é bem inferior aos 55 bilhões de reais solicitados pelo governo de Minas Gerais, 28 bilhões deles por danos morais.
 
Mas o documento estabelece que o acordo alcançado representa "um reconhecimento da responsabilidade da empresa" e que sua assinatura não implica o encerramento de "ações judiciais individuais por indenizações" ou de natureza criminal.


Na quarta-feira, com as primeiras informações sobre o acordo, as ações da mineradora brasileira subiram 3,16%. Nesta quinta, aumentavam quase 1,5% perto do meio-dia. 
 
A tragédia ocorreu em 25 de janeiro de 2019, quando a barragem da mina Córrego do Feijão, de propriedade da Vale, rompeu, despejando milhões de toneladas de resíduos em questão de segundos no município de Brumadinho, com um balanço de 270 mortos, incluindo 11 desaparecidos.
 
A de Brumadinho foi a segunda grande tragédia provocada pelo rompimento de uma barragem de mineração em menos de quatro anos no Brasil, depois da de Mariana (Minas Gerais) em novembro de 2015, que deixou 19 mortos e causou o maior desastre ambiental da história do país.
 
Essa barragem era de propriedade da Samarco, uma joint venture entre a Vale e a anglo-australiana BHP.