Trudeau defende que Canadá receba vacinas da covid-19 por meio de aliança global
Cerca de 145 países deverão receber doses suficientes para imunizar 3,3% de sua população até meados de 2021
O primeiro ministro Justin Trudeau defendeu nesta sexta-feira (5) que o Canadá participe da aliança de vacinas que reuniu fundos de nações ricas para ajudar as mais pobres a imunizar suas populações contra a covid-19, em meio a críticas por ser o único beneficiário do G7.
"Quando os países mais ricos investem na Covax, metade desse financiamento é para conseguir doses em casa", afirmou Trudeau em entrevista coletiva.
"Em outras palavras, nossa contribuição sempre foi destinada a acessar as doses de vacinas para os canadenses, assim como apoiar os países de baixa renda", acrescentou.
O programa Covax publicou nesta semana sua primeira lista de distribuição, detalhando quem receberia suas 337,2 milhões de doses iniciais da vacina contra o coronavírus.
Cerca de 145 países deverão receber doses suficientes para imunizar 3,3% de sua população até meados de 2021, informou o relatório.
A maioria das doses irá para economias de baixa renda e média-baixa, como Índia, Nigéria e Brasil, mas os países mais ricos - incluindo Canadá, Nova Zelândia e Coreia do Sul - que compraram no atacado como forma de garantia frente aos seus próprios lançamentos de vacinas, de repente enfrentaram críticas por fazer isso.
Os partidos canadenses de oposição e grupos de combate à pobreza como a Oxfam criticaram o governo por aceitar as vacinas necessárias nas nações mais pobres.
O executivo-chefe da aliança de vacinas Gavi, Seth Berkley, também comentou em uma entrevista coletiva na quarta-feira: "Ajuda quando os países que têm muitos acordos bilaterais não tomam as doses? Claro".
Por meio da Covax, o Canadá deve receber 1,9 milhão de doses da vacina AstraZeneca, aguardando sua aprovação regulatória neste país, até o final de junho.
Isso além dos 20 milhões de doses obtidas diretamente da AstraZeneca.