EUA

Biden quer ser parceiro do Brasil na área ambiental, diz embaixador dos EUA

A condução da política ambiental pelo governo brasileiro já foi alvo de crítica de Biden antes mesmo de ele ser eleito presidente

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden - DREW ANGERER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / G

O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, disse nesta sexta-feira (5) que o governo do presidente Joe Biden quer ser parceiro do Brasil na questão ambiental.

"Falamos sobre muitos temas, mas claro, muitos temas relacionados ao meio ambiente. Realmente a administração do meu novo presidente, Biden, está enfatizando muito a importância da mudança climática. Nós queremos ser bons parceiros do Brasil nisso, com o já estamos trabalhando muito. Foi excelente a conversa e vamos continuar falando", afirmou Chapman após reunião com o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão (PRTB).

O diplomata americano disse ter aumentado o interesse do país na questão de mudanças climáticas e salientou a indicação do ex-secretário John Kerry para cuidar do tema.


"Temos muita atenção a esse tema e queremos trabalhar em conjunto com o Brasil sobre isso."
A condução da política ambiental pelo governo brasileiro já foi alvo de crítica de Biden antes mesmo de ele ser eleito presidente, no primeiro debate entre o democrata e o então presidente, Donald Trump, em setembro do ano passado.

"A floresta tropical no Brasil está sendo destruída", criticou Biden, que prometeu se juntar a outros países e oferecer US$ 20 bilhões (R$ 112 bi à época) para ajudar na preservação da região.

"Parem de destruir a floresta e, se não fizer isso, você terá consequências econômicas significativas", completou, indicando possíveis retaliações ao governo brasileiro.

No dia seguinte, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou como "lamentável" a fala do então candidato.
Já em 28 de janeiro deste ano, Biden riu após ser questionado sobre quando iria conversar com Jair Bolsonaro.

Nesta semana, Biden e membros do alto escalão do novo governo dos EUA receberam um dossiê que pede o congelamento de acordos, negociações e alianças políticas com o Brasil enquanto Bolsonaro estiver na Presidência.
Nesta sexta-feira, Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, disse que a conversa com Chapman tinha como objetivo mostrar o que o governo brasileiro tem feito pela preservação ambiental.

"Queremos mostrar o que estamos fazendo, abrindo este diálogo, via embaixada, e deixar claro que as informações todas que forem necessárias nós temos condições de mostrar, para ouvir a realidade que está acontecendo lá. Foi um diálogo muito bom", afirmou o vice-presidente.

Segundo Mourão, foi acordada uma apresentação em inglês com os resultados da próxima reunião do Conselho da Amazônia e Chapman ajudará na divulgação.