Música

Artistas independentes celebram e atualizam o frevo em "O Ano que Não Teve Carnaval"

Coletânea reúne 13 artistas, com suas canções de “cunho carnavalesco”, entre frevos e “ousadias”

Juvenil Silva reúne frevos de artistas da cena independente em playlist - Juvenil Silva/Divulgação

Mesmo em meio ao cancelamento do Carnaval em 2021, devido à pandemia de Covid-19, com a solidão que paira nas ladeiras de Olinda e nas ruas do Recife, o frevo ainda resiste. A coletânea “O Ano que Não Teve Carnaval” celebra o tradicional gênero sob a batuta de Juvenil Silva e chega a todas às plataformas digitais hoje, não coincidentemente comemorado como Dia do Frevo. 

São 13 faixas de 13 artistas que não seguem necessariamente as diretrizes estabelecidas para o frevo, reunindo canções de “cunho carnavalesco”, entre frevos e “ousadias” a partir do gênero. Entre os autores e intérpretes, uma mistura entre os nomes da nova geração da música independente pernambucana com alguns veteranos da cena manguebeat.

Participam de "O Ano que Não Teve Carnaval": Isaar, Publius, Feiticeiro Julião, Juba, Graxa, Manuca Bandini, André Macambira, Ex-Exus, Julio Samico, Marcelo Cavalcante e o próprio Juvenil Silva. A capa da coletânea é criação do artista visual João Lin, editor de Arte da Folha de Pernambuco.

Capa por João Lin

“Foi uma curadoria afetiva, saí lembrando de alguns amigos que já fizeram frevo em algum momento”, disse Juvenil. Dentre as selecionadas, duas músicas inéditas: “Você pensa?”, da Dunas do Barato, e “Calote na vida”, de Evandro Negro Bento. “O Ano que Não Teve Carnaval” é a primeira coletânea de frevos impactada pelo confinamento imposto pela pandemia e embora o frevo não combine com isolamento social, o paradoxo se faz necessário para ocupar a lacuna que a falta do Carnaval deixou aberta.

“Um contraponto do projeto é esse: estimular as pessoas a ficarem em casa e terem o que fazer na pandemia, e também ter o frevo presente. Não vai ter Carnaval, mas vai ter frevo sim”, afirmou Juvenil. De acordo com o cantor e compositor, sua luta ainda é para desmistificar a ideia de que o frevo é um gênero para ser apreciado somente na flia momesca e fazê-lo tocar o ano inteiro.

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