Defesa de Lula diz estar preocupada com uso de mensagens da Lava Jato por advogados
Advogados do petista dizem ver com preocupação a informação de que defensores estão analisando as mensagens a que Lula teve acesso para depois cobrar punições aos envolvidos
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu à notícia de que advogados ligados ao grupo Prerrogativas estão categorizando os diálogos vazados entre integrantes da Lava Jato, como mostrou o jornal Folha de S.Paulo nesta segunda (15).
Advogados do petista dizem ver com preocupação a informação de que defensores estão analisando as mensagens a que Lula teve acesso para depois cobrar punições aos envolvidos.
Nesta segunda (15), Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, disse que apenas a defesa do petista teve acesso ao material e que caberá a ela analisar as mensagens e definir a estratégia que será posta em prática daí em diante.
Por ora, o objetivo é reforçar a tese de suspeição do ex-juiz Sergio Moro no caso em análise pelo STF, que pode anular a condenação do petista no caso do tríplex do Guarujá.
"O material está sendo exclusivamente analisado pelo advogado do presidente e um perito e não foi compartilhado com ninguém", reforçou Zanin.
Esta não é a primeira vez que os defensores de Lula reagem à exploração dos diálogos por outras pessoas.
Como mostrou a Folha de S.Paulo na semana passada, em peça enviada ao ministro Ricardo Lewandowski (STF), os advogados do ex-presidente reclamaram da tentativa de "terceiros" de obter as mensagens da Operação Spoofing, com diálogos entre membros da Lava Jato.
"A proliferação de pedidos desta ordem vem tumultuando a marcha processual", afirmam os advogados do escritório de Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins. Algumas destas requisições foram feitas por lideranças petistas.
No total, a defesa de Lula teve acesso a 740 gigabytes de mensagens, o que, segundo integrantes do Judiciário, daria cerca de 10% do total de conversas que foram hackeadas.
Os diálogos foram obtidos na operação Spoofing, da PF, que investiga seis pessoas que teriam invadido os celulares de procuradores.