Pandemia muda hábitos financeiros
Pesquisa da FIS e Instituto Ipsos revela o comportamento dos consumidores, que perderam renda com a pandemia e foram forçados a usar suas economias
A pandemia provocada pela Covid-19 surtiu diversos efeitos na economia mundial. No Brasil, os cortes salariais colocaram em risco a organização financeira, forçando algumas pessoas a usarem as suas economias, enquanto outras recorrem ao crédito para se manter, mudando ainda a forma de consumo, pelo que revela um estudo feito pela FIS, juntamente com o Instituto Ipsos. O principal destaque é a mudança no relacionamento com bancos, onde 82% dos brasileiros afirmam que já tem uma nova forma de lidar com as instituições.
O levantamento, ‘Pace Pulse e os consumidores brasileiros’ foi realizado com 2 mil brasileiros, em diferentes regiões do País e classificados por idade. Segundo o levantamento 40% dos brasileiros estão usando mais os caixas eletrônicos; enquanto 23% adotaram aplicativos e e-mail, e 20% recorreram a chamadas telefônicas para se comunicar com o banco ou consultor financeiro.
“Confirmamos tendências que já vinham acontecendo, foram aceleradas e apareceu mais rápido no mercado. Tem uma tendência confirmada de digitalização principalmente nos serviços financeiros. Houve um filtro dos canais onde os usuários interagem. Muita gente elencou a necessidade de maior segurança, ele se preocupa em como o dado é usado, se a empresa tem histórico de segurança”, disse o Head de Soluções e Produtos da FIS Latam, Marcelo Goes.
Na pesquisa, o principal impacto causado pela Covid-19 nos últimos seis meses, foi a redução salarial. “O que a gente tem visto como respostas é que usuários estão procurando produtos que não tem anuidade no cartão, tem uma mudança de comportamento. Não conseguimos rastrear uma causa exata para o motivo dessa redução salarial”, afirmou Marcelo.
Quanto ao uso do caixa eletrônico mesmo durante a pandemia, o Head da FIS Latam conta que um dos motivos para 40% da população utilizar mesmo com alta da digitalização, se deu pela presença do auxílio emergencial. “Essa é uma das causas, também como canal de atendimento, ainda é prático. Hoje ele surge como canal alinhado com a digitalização, muitas fintechs usam o meio como forma de saque, utilizando o QR Code”, declarou Goes.
Por fim, Marcelo aponta que a aceleração do relacionamento dos clientes com os bancos já estava acontecendo, e a pandemia com o isolamento social acelerou essa digitalização. “O que vimos foi uma aceleração acima da velocidade que vinha acontecendo. Percebemos que as pessoas estão aproveitando uma oportunidade, é uma característica que precisamos estar atentos, já que existem cada vez mais opções”, destacou.