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Lai, magnata da mídia de Hong Kong, é preso por ajudar fugitivo

Indiciado desde dezembro de 2020, Jimmy Lai já estava sob custódia sob e também está sendo julgado por manifestações pró-democracia

Magnata chega ao Tribunal de Hong Kong em 9 de fevereiro de 2021 - Isaac Lawrence / AFP

A polícia de Hong Kong deteve o magnata da mídia Jimmy Lai por tentar ajudar uma pessoa a fugir da cidade, publicou seu jornal nesta quarta-feira (17).

O Apple Daily, de propriedade de Lai, afirmou que ele foi levado para a prisão de Stanley na terça-feira.

O opositor político de 73 anos já estava sob custódia, indiciado desde dezembro sob a lei de segurança nacional imposta em Hong Kong por Pequim no ano passado.

Ele também está sendo julgado, junto com outras oito pessoas, por organizar uma das enormes manifestações pró-democracia que abalaram Hong Kong em 2019.

A polícia não quis comentar sobre a prisão de Lai, também relatada pelo Oriental Daily.

Para o Apple Daily, a prisão de Lai está ligada a Andy Li, que com 11 outros habitantes de Hong Kong tentou, sem sucesso, fugir para Taiwan em uma lancha no verão passado.

Esse novo processo foi iniciado sob a nova lei, afirma a fonte.

Os 12 fugitivos foram interceptados pela guarda costeira chinesa e presos no continente, exceto por dois menores.

Na quarta-feira, um homem de 29 anos, acusado de fazer campanha com Lai e outros por sanções internacionais contra a China, foi levado à justiça em Hong Kong.

Chan Tsz-wah foi acusado de "conspiração com forças estrangeiras", o mesmo crime de Lai, e "assistência a um criminoso" no caso da lancha. A fiança foi negada.

Durante a audiência, a promotoria acusou Chan de ajudar Andy Li, que também foi preso por conspirar com Lai, e fugir após ser libertado sob fiança.

Lai, um grande crítico da China, enfrentou muitos processos e Pequim não esconde seu desejo de silenciá-lo.

A mídia oficial frequentemente o classifica como um traidor por exigir sanções internacionais contra Pequim pela repressão ao movimento pró-democracia de Hong Kong.

Cem pessoas foram detidas ao abrigo da Lei de Segurança Nacional desde a sua entrada em vigor em junho passado.