Morre o criador do Grupo Bongar, Guitinho de Xambá
Músico de 38 anos estava internado na UTI após sofrer um AVC
Faleceu, no início da noite desta quarta-feira (17), o músico e criador do grupo Bongar, Guitinho da Xambá, aos 38 anos. Ele estava
internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Esperança de Olinda.
No último dia 10, Guitinho sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) enquanto aguardava a realização de uma cirurgia para tratamento da Síndrome de Cushing, uma doença rara descoberta recentemente que causa alteração hormonal e provoca aumento da glicose e da pressão arterial.
Até a publicação deste texto, a família ainda não tinha definido local e hora do velório e enterro. As informações serão publicadas nas redes sociais do grupo.
Guitinho, que fazia parte da comunidade tradicional quilombola de matriz africana Nação Xambá, de Olinda, estudou música no Conservatório Pernambucano e Ciências Sociais na Universidade Federal de Pernambucano. Foi o primeiro o primeiro do terreiro a entrar na faculdade.
Em 2001, criou o Bongar reunindo, na época, jovens quilombolas que cresceram ouvindo os mais velhos e aprendendo, durante as festas da Casa de Xambá, os toques, as loas e as danças durante as festas da Casa Xambá.
O objetivo do grupo sempre foi o de preservar e divulgar toda a musicalidade do Coco de Xambá, uma outra vertente desse ritmo tão conhecido, e também da ciranda, maracatu, candomblé.
Em sua trajetória de quase 20 anos, os músicos lançaram seis discos e um DVD e marcaram presença em festivais pelo Brasil e em outros países como Reino Unido, Cabo Verde, Bélgica, Irlanda, Cuba, entre outros.
Em 2016, foi criado o Centro Cultural Bongar, onde são realizadas oficinas de percussão e dança popular, confecção de instrumentos, culinária de terreiro, aulas-espetáculos e palestras.