Conheça a nova geração de DJs pernambucanos
Eles se reinventaram na pandemia para manter contato com o público
Já cantava o eterno Rei do Brega, Reginaldo Rossi: “Recife tem encantos mil”. E um desses encantos pode ser a música e sua capacidade de despertar sentimentos, divertindo e emocionando. Buscando levar essas vibrações ao público, uma nova geração de DJs ganha destaque no cenário local. Entre eles está Lucas Estevão, 24 anos.
“Eu comecei a carreira de DJ em 2014 em um evento chamado Urban, que era voltado para a black music. Atualmente, toco fixo na Festa Freaks, em algumas datas no Club Metrópole e em eventos do Recife e outros estados”, disse.
Estudante de Publicidade e Propaganda na Universidade Federal de Pernambuco, Lucas concilia a carreira de DJ com a de produtor cultural e o estágio. Nos eventos, a playlist é variada, podendo ir do brega ao eletrônico. E engana-se quem pensar que apenas o público é contagiado pela música. “Uma das minhas melhores experiências foi no Halloween do Golarrolê, com o público todo fazendo coral com ‘Amor de Que’, da Pabllo Vittar, enquanto eu tocava. Foi uma experiência inesquecível”, recordou.
A pandemia reduziu os eventos, mas ele buscou novas formas de apresentação e já tem planos para os próximos meses. “Damos um jeito de levar alegria ao nosso público através de lives, ou de pequenos setlists em barzinhos. E meu projeto para 2021 é tocar e produzir o primeiro trio elétrico da Festa Freaks na Parada LGBTI+ de Boa Viagem, mas caso esse projeto não se realize agora, deixo para 2022”.
Aos 25 anos, a DJ Cherolainne também se adaptou e inovou diante da nova realidade. "Tive a oportunidade de levar meu trabalho para fora do País, algo que para mim iria demorar mais um pouco, caso estivéssemos vivendo uma vida normal, pois as conexões que pude fazer foi um dos pontos mais positivos enquanto artista”. O seu trabalho foi apresentado virtualmente em Berlim, Lisboa e Paris e o próximo compromisso, adianta, será em Milão.
Ela ingressou no cenário musical em 2017, durante o Festival Coquetel Molotov, e, há dois anos, faz residência no selo Reverse. “Foi quando recebi o convite para ser a primeira redisseste do selo”, contou, lembrando que também criou sua própria marca, a NBOMB. “Acredito que ser DJ é saber sentir o feeling da pista e ser envolvida pela energia que está emanando. Quando termino de tocar, os aplausos e feedbacks são para mim a melhor parte. É a famosa sensação de dever cumprido”.
Harry D’ Melo, 29, residente da Freaks há quatro anos, iniciou na carreira de DJ despretensiosamente. “Comecei brincando com amigos. Desde pequeno amo música eletrônica e com o tempo isso foi tomando proporções maiores”, conta. As suas playlists, aliás, são pensadas paea cada tipo de evento.“Geralmente, monto a playlist fazendo junção do que as pessoas já se familiarizam. Varia muito do tipo de festa, o tema e público alvo”.
Com a pandemia, ele também buscou novas formas de apresentação, respeitando os decretos governamentais e já planejando os próximos passos. “Para mim, ser DJ significa um mundo real, um mundo onde a frequência musical interfere no seu humor, ritmo e até mesmo no seu estado de espírito. Amo o que faço e espero fortalecer cada vez mais o meu nome no cenário musical".