Máscaras

Em dia de recorde de mortes por Covid-19 no Brasil, Bolsonaro fala contra uso de máscaras

Dados apontam que o país vive o pior momento da pandemia

Presidente da República, Jair Bolsonaro - Marcos Corrêa/PR

No dia em que o Brasil registrou o maior número de óbitos pela doença em 24 horas em toda a pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou sua live semanal para se manifestar contra o uso de máscaras de proteção.

Nesta quinta-feira (25), foram registradas 1.582 mortes de brasileiros pela Covid. Dados apontam que o país vive o pior momento da pandemia, com expansão da doença em diversos locais.

"Pessoal, começam a aparecer estudos aqui, não vou entrar em detalhes, né, sobre o uso de máscaras, que, num primeiro momento aqui, uma universidade alemã fala que elas são prejudiciais a crianças", começou Bolsonaro, sem mencionar a origem dos dados.

"Começam a aparecer aqui os efeitos colaterais das máscaras", disse Bolsonaro após listar questões como irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade de concentração, diminuição da percepção de felicidade, recusa em ir para a escola ou creche, desânimo, comprometimento da capacidade de aprendizado, vertigem e fadiga.

"Não vou entrar em detalhes porque tudo deságua em crítica em cima de mim, né, e eu tenho a minha opinião sobre máscara, e cada um tenha a sua. Mas a gente aguarda um estudo mais aprofundado sobre isso por parte de pessoas competentes", afirmou.

Bolsonaro não fez qualquer menção ao recorde de mortes por Covid-19. Nesta quinta, completou-se um ano do diagnóstico do primeiro caso de Covid-19 no Brasil. Na quarta, o país bateu a marca de 250 mil óbitos pela doença -hoje já são 251.661.

Pouco antes, em pronunciamento ao lado de representantes de secretários estaduais e municipais, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o país vive "uma nova etapa da pandemia" de Covid-19, com aumento na contaminação que pode "surpreender gestores".

Para Pazuello, esse aumento está ligado às novas variantes do coronavírus. Já para os representantes de secretários de Saúde, a medida também está ligada a uma queda na adesão da população a medidas como distanciamento.

Ainda no encontro, Pazuello citou três ações prioritárias para enfrentar a pandemia nessa etapa: atendimento imediato de casos em unidades básicas de saúde, aumento de leitos de UTI, inclusive com possibilidade de transferência de pacientes, e vacinação contra a Covid-19.

No entanto, Pazuello não mencionou medidas de prevenção simples, como usar máscara e evitar aglomerações. Coube aos representantes dos estados e municípios ressaltarem as medidas.