Eleições no Sport: Confira a entrevista com o candidato Delmiro Gouveia

Postulante ao cargo de presidente do Leão concorre na chapa "Juntos pelo Sport"

Faltando três dias para as eleições do Sport, a Folha de Pernambuco segue entrevistando os candidatos ao Executivo do clube. Após Eduardo Carvalho mostrar suas ideias e intenções, nesta terça-feira (2) é a vez Delmiro Gouveia, da "Juntos pelo Sport", detalhar seu planejamento caso seja o vencedor do pleito. 

Motivo para ser candidato

É o meu time de coração. Não é um projeto pessoal, mas por ser um lugar que frequento desde criança, acho que posso dar minha contribuição. Posso resgatar a história das cores rubro-negras e trazer um pouco de gestão. O sport vem passando por um perrengue financeiro, mal gerenciamento. Quero mudar isso e ao mesmo tempo voltar a fazer o Sport ser um time vencedor. Por onde passei levei as coisas com profissionalismo. Sou responsável, a tônica tem que ser de responsabilidade administrativa com planejamento. 

História no clube

Estou no clube desde pequeno, frequento desde os quatro anos de idade. Frequento a mesma cadeira, mesma quadra a mais de 40 anos. Meu sentimento é de torcedor, sou um apaixonado pelas cores rubro-negras. Posso contribuir, em 1983 eu contribuí efetivamente para a construção da Ilha do Retiro. Na época, o Sport estava aceitando qualquer tipo de ajuda e ajudei como pude. 

Relação com Luciano Bivar

É um ícone do Sport. Acho que o maior presidente de todos, o maior vencedor de títulos no Brasil em relação a estaduais. Ele contribui fora e dentro dos gramados. Vem me apoiando porque sabe da minha capacidade de gestão, minha responsabilidade em tratar as finanças. O apoio dele é de responsabilidade, de quem quer resgatar o clube e tirar dessa forma arcaica de gerenciar. Ele quer voltar a ver um time vencedor. O Sport está há muito tempo sem ter um time vencedor. Não vai ter cargo no clube, mas quer contribuir com sua experiência. O caminho certo para a renovação é juventude com experiência.

Patrocínios

O que nós vemos é uma ausência de patrocinadores. Uma inoperância do departamento de marketing. É um departamento muito fraco, deficitário. Temos que trazer iniciativa privada para dentro dos clubes para buscar parceiros. Hoje o marketing é o que traz parceiros, é o que faz dinheiro no mundo. Hoje, o associado não é valorizado, falta atrativo para que as pessoas menos favorecidas possam contribuir. Falta um plano, projetos. Isso tudo também atrai parceiros.

Várias empresas se disponibilizaram com patrocínio de imediato, caso vençamos a eleição, seja de uma forma ou outra. Patrocinador master, outros estruturais. 

Dívidas e problemas na Justiça

Estou propondo, primeiramente, uma gestão. O sport não tem gestão. O Sport começa um mês e não sabe como termina. A realidade hoje é essa. Temos que afastar isso do clube. Profissionalismo é o que queremos, planejamento. Sem isso não tem como conseguirmos lhe dar (com as dívidas). 

Vamos sugerir um condomínio de credores, dentro de um orçamento vai haver uma parcela mínima. Esta parcela vai para abater as dívidas a médio prazo. Venda de jogadores também vai ajudar, a base hoje está abandonada. Temos que produzir jogadores, projetamos um futebol profissional com uso da base. Se tivermos um planejamento estratégico, profissionais de cada área traçando metas, cobrando, o Sport vai se reerguer financeiramente.

Planejamento futebol profissional

Nós pretendemos voltar às nossas origens. O Sport nunca foi de jogar defensivamente. O técnico foi importante nesta manutenção da Série A, mas também temos que entender que tivemos péssimas contratações por parte da diretoria. O fato do Sport ter pouco dinheiro, não quer dizer que tem que contratar jogadores de má qualidade. Jogador ruim, é jogador caro. Disseram que Diego Souza seria caro, estaria velho, gordo, e foi um dos principais jogadores do Campeonato Brasileiro. E o Sport? Contratou um bocado de cabeça de bagre. Teríamos que qualificar o material humano para Jair trabalhar, as contratações foram péssimas.

Planejamento base

Os profissionais da base vão ser tão qualificados como os do profissional. É na base que tudo se faz, é onde está a mina de ouro, a joia. Hoje, o que se vê na base do Sport são empresários querendo seu jogador ali jogando. O comércio no meio de jovens que são patrimonios do clube, isso não pode ocorrer. Tem vários atletas que saíram do Sport para empresas particulares. Esse ciclo tem que acabar.  

Vamos investir nela, qualificar, a estrutura tem que ser boa. Temos que dar condição aos que estão iniciando a vida. O Sport tem estrutura física, mas não a valoriza. 

Planejamento esportes olímpicos
Os esportes olímpicos do Sport sempre foram valorados, sempre foram importantes. O que se nota? Hoje, está abandonado. Você vê as quadras de tênis caindo, o parque olímpico um desastre. Os esportes olímpicos têm que ter vida independente, buscar parcerias privadas. Cada setor com sua parceria e ter seu módulo financeiro. Não pode tirar o dinheiro do tênis para botar no basquete, por exemplo. Essa vai ser a tônica, independência orçamentária de cada setor. Tem que caminhar por terras próprias. Vamos procurar parcerias privadas.

Sócio-torcedor
Acho que você tem que dar condição ao sócio. Atualmente, o associado não tem os benefícios que deveria ter. Ele deveria ter um atrativo para ir para o clube, acho isso de uma importância fundamental. Temos que criar novos planos mais acessíveis. Todos querem contribuir com seu clube e hoje os planos estão caros. Tem pessoa que só pode contribuir com R$ 10 e quer ter a satisfação de ter a carteira. 

Marca
Temos que interiorizar a marca Sport. Não pode ficar restrito à Região Metropolitana. O Sport foi o maior do Nordeste. Hoje, não é mais, infelizmente, devido à gestões ruins que passaram pelo clube. O Sport tem voltar a ser o maior. Mas para isso precisa de planejamento, futebol forte, base forte, humanizar o entorno trazendo a torcida para dentro do clube. O caminho é esse. Vejo com preocupação o modo arcaico de conduzir.