COVID-19

Mesmo com novos leitos, redes pública e privada de Pernambuco estão sob pressão

Nem a abertura de novos leitos durante o final de semana e nesta segunda (1º) acentuou as taxas de ocupação

Leito de UTI inaugurado neste domingo (28), em Pernambuco - Helia Scheppa/SEI

Pernambuco abre o mês de março com uma sensação amarga de quem está revivendo um passado ainda muito recente e doído. Nesta segunda-feira (1º), o Governo do Estado anunciou novas restrições de convívio para tentar reverter a pressão sofrida pelo sistema de saúde por causa do aumento expressivo de casos da Covid-19. A situação da rede hospitalar para atender aos pacientes infectados pelo novo coronavírus nos sistemas público e privado é crítica. 

A rede pública reúne, no momento, 1.016 leitos de UTI, com 93% de ocupação. As vagas de enfermaria são 940 e, em 24 horas, a ocupação saltou de 73% para 78%. 

Há uma semana, no dia 22 de fevereiro, eram 996 vagas de UTI e 932 de enfermaria, com ocupações em 88% e 74%, respectivamente. 

A situação no setor privado chama ainda mais atenção. Há uma semana, a rede reunia um total de 420 leitos para atender a pacientes com a Covid-19, com a ocupação das UTIs em 70% e a das enfermarias em 39%. 

Ao longo dos últimos dias, esse fluxo mostrou um aumento significativo. Desse domingo (28) para esta segunda, por exemplo, foram abertos 64 novos leitos, entre UTIs e enfermarias, e, mesmo assim, a ocupação total subiu. 

Os leitos de UTI nos hospitais particulares saíram de 262, no domingo, para 305, nesta segunda. Teoricamente, o incremento daria um respiro à rede. Na prática, a ocupação saiu de 88% para 89%. 

As vagas de enfermaria também foram ampliadas, saindo de 165, no domingo, para 186, nesta segunda. A ocupação se manteve em 48%. 

O governador Paulo Câmara anunciou a abertura de novos leitos durante os próximos dias. A previsão é para a abertura de 18 novas vagas de terapia intensiva já nesta terça (2), no Hospital Agamenon Magalhães, na Zona Norte do Recife, e outras 32 até o próximo fim de semana. 

"Esse cenário de aceleração da doença levou nossa taxa de ocupação para perto dos piores momentos vividos no ano passado”, disse Paulo Câmara, em um vídeo divulgado nesta segunda-feira. "Infelizmente, o cenário só se agravou, mesmo com a abertura de novos leitos. E nada aponta para a melhora desse quadro.”