Coronavírus

Pernambuco atinge marca de 300 mil casos de Covid-19 em momento de aceleração da pandemia

Ao todo, 300.104 pernambucanos foram infectados, mais de 32 mil tiveram Síndrome Respiratória Aguda Grave. Taxa de ocupação de leitos está em 93%.

Testes da Covid-19 no Brasil - Tarso Sarraf/AFP

Ao confirmar 629 notificações em 24 horas, Pernambuco alcançou, nesta segunda-feira (1º), a marca de 300 mil casos de Covid-19 acumulados desde a chegada da pandemia, que completa oficialmente um ano na próxima semana.

Ao todo, segundo boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), foram 300.104 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, 32.499 delas, ou 10,8%, tiveram Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), enquanto 11.007 (3,6%) morreram. Mais do que números, são milhares de vidas impactadas por um ciclo de contágio que não tem prazo para terminar.

A notícia chega neste que cientistas e autoridades sanitárias consideram o pior momento da pandemia até aqui. Com taxas de ocupação de leitos em torno de 90% e a descoberta de variantes do vírus, a situação impõe o endurecimento das restrições.

Ainda na semana passada, o secretário de Saúde, André Longo, disse que já vinha observando uma aceleração nas estatísticas. “É possível que haja a adoção de novas medidas restritivas se nada alterar este quadro”, avisou.

Comparando os cenários das datas em que o Estado bateu as marcas de 100 mil e 200 mil, é possível perceber que os recordes têm sido atingidos em intervalos cada vez menores (veja infográfico abaixo).

Do primeiro ao centésimo milésimo, demoraram quase cinco meses. Daí para o caso de número 200 mil, foram quatro. Depois, passaram-se nem três meses para chegar à marca atual.

Para o pesquisador Jones Albuquerque, do Instituto para Redução de Riscos e Desastres (IRRD) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), essa onda de aumento resulta não apenas do comportamento da população, que relaxou nos cuidados nos meses de reabertura das atividades, mas da circulação das novas cepas. A melhora na capacidade de testagem também contribuiu.

“Estamos vivendo com variantes (do vírus) simultâneas. Então, esses últimos 100 mil vêm provavelmente de uma nova infecção”, observa.

Ainda de acordo com o especialista, os índices de ocupação dos leitos nas unidades de saúde têm subido de forma constante desde o dia 23 de setembro, poucas semanas após o Feriadão da Independência, quando foram registradas cenas de aglomeração em vários locais de lazer.

Um semestre depois, o vírus obriga um novo regime mais rígido. “Até quando a ampliação de leitos vai segurar? Porque, se você abre quatro ou cinco, eles rapidamente se ocupam”, alerta.