Alemanha, Suécia e Bélgica seguem França e liberam vacina da AstraZeneca para idosos
Os quatro países faziam parte de cerca de 10 que haviam barrado o imunizante para idosos por falta de dados sobre seu efeito
Alemanha, Bélgica e Suécia liberaram nesta quinta-feira (4) a aplicação da vacina de Oxford/AstraZeneca em adultos todas as faixas etárias, seguindo um caminho aberto pela França na quarta.
Os quatro países faziam parte de cerca de 10 que haviam barrado o imunizante para idosos por falta de dados sobre seu efeito em pessoas com mais de 55 anos. Resultados positivos no Reino Unido, onde ela é usada desde o começo de janeiro, fizeram os governos voltarem atrás.
A restrição de uso – e a insegurança que isso provocou no público –, deixaram milhões de doses da vacina da AstraZeneca paradas nas prateleiras europeias.
Em países como França e Itália, foram injetados pouco mais de 20% dos volumes recebidos, segundo dados do centro de controle de doenças europeu (ECDC). Na Alemanha, cerca de um terço.
No total da União Europeia, 24,8 milhões de doses da AstraZeneca ainda estão estocadas, o equivalente a 27% do que foi enviado aos 27 países membros.
No anúncio sobre a mudança de rumo, o governo alemão anunciou também que vai adotar o intervalo de 12 semanas entre as duas doses, seguindo a prática do Reino Unido (e do Brasil) –pesquisas mostraram que a proteção aumenta com essa medida.
O governo alemão também anunciou um desconfinamento gradual, com um "freio de emergência", segundo a premiê Angela Merkel, se o número de casos sair do controle. Livrarias, salões de beleza e lojas de jardinagem abrem a partir de segunda-feira, e até cinco pessoas de duas famílias poderão se reunir, com crianças menores de 14 anos isentas.
A vacina de Oxford/AstraZeneca já havia sido autorizada para todas as idades tanto pela agência regulatória da União Europeia quanto pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Os fabricantes não fornecem dados sobre doses fornecidas ao Reino Unido, mas o imunizante é o principal do programa de vacinação britânico, que, no total, já administrou mais de 30 doses de vacina para cada 100 habitantes.
Com previsão de vacinar todos os adultos antes do final do primeiro semestre, a Inglaterra anunciou o relaxamento de restrições a partir da próxima semana, embora cientistas tenham alertado nesta quinta para o fato de que, em algumas regiões do país, o contágio esteja crescendo.
As dificuldades de distribuição de vacinas na União Europeia levaram alguns países, como Hungria e Eslováquia, a comprarem imunizantes que ainda não foram aprovados pela UE, como o Sputnik V, da Rússia. Com gargalos de produção, porém, a fabricante não enviou ainda a quantidade prometida.
O governo húngaro também contratou vacinas chinesas da Sinopharm, de quem recebeu 550 mil doses em meados de fevereiro.