Futebol

Messi e Cristiano Ronaldo chegaram ao fim?

Cristiano Ronaldo e Messi - Paul Ellis/AFP

Duas lendas, dois jogadores extraordinários que se colocaram na prateleira dos maiores da história. A temporada 2020/2021, vai exigindo cada vez mais de ambos, e hoje se discute a fase que vivem, e se já atingiram o trecho da decadência na carreira.


O BARCELONA FOI O RESPONSÁVEL PELA QUEDA DE MESSI?
O argentino é um gênio, inegavelmente, mas quem não vê sua queda de rendimento nas últimas temporadas, está cego pela idolatria, ou um carinho pelo clube que atua o camisa 10.

Que o Barcelona é extremamente dependente da genialidade de Lionel Messi, todos sabemos. Agora, também devemos entender a importância de um time ajustado para potencializar o desempenho do seu craque.

A temporada 14/15 foi mágica para Messi. Campeão de La Liga, marcando 43 gols e distribuindo 20 assistências na liga espanhola. Um absurdo!

Ainda naquela temporada o argentino levantava a taça da Liga dos Campeões, a sua quarta na carreira. Foram 10 gols marcados 6 assistências. Naquela temporada, o argentino ganhava pela quinta vez a Bola de Ouro.

O Barcelona naquele ano era uma máquina. Messi fazia parte do trio MSN, com Neymar e Suárez, e ainda tinha jogadores espetaculares como Xavi e Iniesta, além de outras estrelas como Busquets, Alba, Dani Alves, Mascherano, Piqué...

Na temporada seguinte, embora grandes números, seu desempenho diminuiu. Foram 26 gols em La Liga, 6 na Liga dos Campeões, e apenas uma assistência. Naquele ano, o Barcelona foi eliminado pelo Atlético de Madrid nas quartas-de-final.

Em 16/17, anotou 37 gols na liga espanhola, porém, não levantou o troféu. Na Liga dos Campeões foram 11 gols (10 na fase de grupos), sumiu nos playoffs. Neymar carregou o Barcelona na virada histórica sobre o PSG, por 6-1. Nas quartas-de-final, eliminação para a Juventus, com o argentino apagado.

Na temporada 17/18, já sem Neymar, com o Barcelona oscilando quanto ao desempenho tático, o argentino conquistou a liga nacional. Marcando 34 gols em 36 jogos.

Mas era na Champions League que a torcida queria vê-lo brilhar, e mais uma vez não aconteceu. Foram 6 gols (3 nas oitavas diante do Chelsea), mas veio o primeiro vexame, que começaria a queda do time catalão.

Venceu a Roma em casa por 4-1, mas na Itália, Messi não apareceu, assim como o time todo. O Barcelona levou 3-0, e deu adeus à competição, melancolicamente.

De 2017 a 2020, a era Ernesto Valverde era muito criticada, problemas internos, brigas de Messi com sua diretoria se intensificavam. Tudo isso refletia no campo, e mesmo que na temporada 18/19 tivesse vencido novamente a liga espanhola (36 gols e 13 assistências), a cobrança aumentava.

Fez uma boa Liga dos Campeões, marcou 12 gols e levou o time catalão até as semifinais. Mas aí veio outro vexame.

Venceu o Liverpool no Camp Nou por 3-0 (dois golaços de Lionel), mas foi apagado na volta, time sem alma, e o 4-0 vexatório que derrubou muita gente.

Messi ainda ganhou a Bola de Ouro e o prêmio The Best naquele ano.

De lá pra cá, declínio acentuado. Talvez nem tanto em números, mas em desempenho, com certeza. Na temporada 19/20, foram 25 gols em La Liga, apenas 3 na UCL, culminando na goleada histórica de 8-2, sofrida para o Bayern. Messi parece que nem pisou no gramado.

Barcelona muitas contratações milionárias, muitas frustrações com jogadores superestimados. Trocas de treinador (Luis Henrique, Valverde, Setien, e agora Koeman).

Messi vai tentando levar o Barcelona ao improvável título espanhol dessa temporada. O favorito das casas de apostas no momento é o Atlético de Madrid que lidera, seguido pelo Real Madrid e somente depois o Barcelona.

Na Liga dos Campeões, a goleada sofrida em casa para o PSG já tirou o time da disputa. Mais um vexame à vista, e o argentino cai vertiginosamente.

Talvez por desmotivação, ou por falta de um time e treinadores que lhe ajudem. Mas sua participação individual, também deixa a desejar em muitas partidas.

CR7 BRILHA PELA EUROPA, MAS SENTE A FALTA DE MADRID!
Cristiano Ronaldo, assim como Messi, foi um fenômeno desde jovem. Pelo Manchester United, venceu a Liga dos Campeões pela primeira vez, na temporada 07/08.

Na oportunidade, anotou 31 gols na Premier League, 8 na Liga dos Campeões, e eleito pela primeira vez na carreira, o melhor jogador do mundo.

Foi bicampeão da liga inglesa, nas temporadas 06/07 e 07/08. Na primeira temporada, marcou 17 gols e distribuiu 16 assistências. Sua evolução como um craque era notável.

Em 2009, o Real Madrid desembolsou 80 milhões de libres (256,6 milhões de reais na época), para adquirir o português, se tornando na transação mais cara do mundo até aquele momento.

Nos merengues foi onde o português se tornou esse CR7 monstruoso. 

Chegou e teve de lidar com a fase estupenda do Barcelona, dirigido ainda por Pep Guardiola. Mas sua dinastia chegaria, e na temporada 11/12 conquistou seu primeiro título de La Liga.

Foram absurdos 46 gols marcados na liga nacional, 12 assistências. Na Liga dos Campeões anotou 10 tentos, levou os merengues até as semifinais, onde caiu nos pênaltis para o Bayern.

Foi na temporada 13/14 onde o português assombrou o mundo. Campeão espanhol, 31 gols e 11 assistências em La Liga. Campeão da Liga dos Campeões, com 17 gols marcados, marcando em todas as fases da competição.

Naquele ano, o português ganharia sua terceira bola de ouro.

O Real Madrid voltaria a se consolidar como o maior do mundo, dois anos mais tarde, pelos pés de CR7. A partir da temporada 15/16, os merengues seriam tricampeões da Liga dos Campeões.

Em 15/16, CR7 anotou 51 gols, 35 pela liga espanhola e 16 pela Liga dos Campeões. Dessa vez foram 11 na fase de grupos, e nos jogos finais, o português pouco fez.

Na temporada seguinte, o português voltou a levar os merengues ao título espanhol. Marcou 25 gols na competição. Mas foi na UCL o seu auge.

Marcou 12 gols, em todas as fases, dois gols na final diante da Juventus, e ao final da temporada, coroado com o prêmio The Best, da FIFA, como melhor jogador do mundo.

Em 17/18 sua última temporada em Madrid, e vitoriosa mais uma vez. Foram 15 gols na Champions League, embora na semi e final, o português tenha passado em branco.

Não vamos esquecer que o Real Madrid, principalmente o de Zidane, jogava praticamente para servir Cristiano Ronaldo.
Nada tira o absurdo que foi seu desempenho, mas tinha uma seleção a cada temporada para lhe auxiliar.

Em 2018 se transferiu para a Juventus. Logo na primeira temporada, campeão italiano, porém, em um time que vinha dominando a competição na década. Foram 21 gols na Série A.

Na Liga dos Campeões, apagado, sem o mesmo brilho que em Madrid. Foram 6 gols, 3 na virada épica sobre o Atlético de Madrid. Mas embora tenha marcado nos dois jogos diante do Ajax, não conseguiu a vaga nas quartas-de-final.

Em 19/20, bicampeonato nacional, 31 gols marcados, com a Juventus extremamente superior aos demais times do país. Já na Liga dos Campeões, onde realmente se esperava do português, nada aconteceu.

Foram míseros 4 gols, caiu para o Lyon, ainda nas oitavas, e a Juventus ainda não conseguiu o tão sonhado título europeu, que a fez buscar o craque. 

Na 1xbet Cr7 é apenas o quinto favorito para ser o artilheiro da atual Liga dos Campeões com cotas de 11, ou seja, de apostar 10 reais receber 110 de ganhos caso o português seja o melhor marcador do torneio.

A IDADE CHEGA, MAS O FUTEBOL SEGUE CADA VEZ MAIS INTENSO
Não podemos esperar o mesmo Lionel Messi da temporada 11/12, onde o argentino marcou 82 gols. Driblava o time inteiro, uma velocidade absurda com a bola dominada.

Ele ainda faz, mas foi se moldando ao esquema da equipe, e hoje seus sprints são menos constantes do que no passado. 

No Barcelona já jogou de falso 9 com Guardiola, já jogou de armador central na ponta do losango de meio, já jogou aberto pela direita, flutuando, como segundo atacante. 

Messi tem habilidade para jogar onde for, faz tabelas curtas, bate na bola como ninguém. Mas não adianta querer que ele resolva tudo sozinho próximo dos 34 anos. Ainda é jovem, mas não vai dar 15 arrancadas por jogo, o Barcelona de hoje
não permite, o esquema não propicia, e o físico já não suporta.

Aos 36 anos, Cristiano Ronaldo segue matador. Aquele ponta incisivo, dos tempos de United, que se aprimorou em Madrid, deu espaço a um jogador versátil, cada vez mais centralizado.

Hoje, CR7 ainda tem potência, chuta como um animal, cabeceia como poucos. Mas precisa de um time que lhe abasteça.

No Real era assim, na Juve muitas vezes foi assim, mas falta algo para ser diferente na Liga dos Campeões. Não esperemos que ele drible um time inteiro como Messi, é outra característica, mas já nessa fase da carreira, vai aos poucos virando um centroavante de poucos toques na bola. O universo das apostas esportivas assimilou essa queda e o Barcelona e Juventus não são favoritos para os apostadores em nenhum campeonato que disputam.

Ambos seguem protagonistas, no grupo dos melhores do planeta. Mas aqueles anos em que se dividiam entre primeiro e segundo do planeta, acho que chegou ao fim.

O futebol segue intenso, marcações cada vez mais fortes, jogos de transição o tempo inteiro. Quem tem qualidade se adapta, porém, até onde o corpo suportar...