Comissão Europeia explica decisão de barrar envio de vacina da AstraZeneca para a Austrália
O ministro das relações exteriores da Itália, Luigi Di Maio afirmou que o bloqueio se deu devido ao atraso da farmacêutica em entregar as doses prometidas
A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, apoiou a decisão da Itália de barrar o envio de um carregamento de 250 mil doses da vacina da AstraZeneca que iam à Austrália.
Luigi Di Maio, ministro das relações exteriores da Itália, disse nessa sexta-feira (5) que a campanha de vacinação europeia precisa acelerar e é inaceitável que as farmacêuticas não entreguem as doses prometidas. O contrato firmado com a AstraZeneca prevê a entrega de 90 milhões de doses até o final de março. No entanto, a empresa já disse que fornecerá cerca de 40 milhões.
Essa foi a primeira vez que um país da União Europeia bloqueou o envio de um carregamento com vacinas contra a Covid-19 com base no mecanismo de controle de exportação criado pelo bloco, criado em janeiro.
Países que importam doses fabricadas na Europa temem um possível impacto no abastecimento. Por meio de um porta-voz, a Comissão Europeia disse, nesta sexta (5), que o bloco continua sendo "um grande exportador".
A Comissão informou que aprovou 174 pedidos de exportação de vacinas contra a Covid-19 para cerca de trinta países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, China, países da América Latina e Oriente Médio, mas também Austrália.
Di Maio falou que a decisão de segurar o envio das doses não deve ser visto com um ato hostil contra a Austrália. O bloqueio foi minimizado pelas autoridades australianas. O ministro da Saúde, Gregory Hunt, disse que já recebeu 300 mil doses da vacina da AstraZeneca e que as doses não enviadas não afetarão o programa de imunização do país.