CORRUPÇÃO

Junta militar de Mianmar acusa Suu Kyi de aceitar subornos de US$ 600 mil

O Exército vem tentando usar supostas acusações de fraude no pleito como justificativa para a tomada de poder

A líder civil Aung San Suu Kyi, conselheira de Estado e vencedora do Nobel da Paz - STR/AFP

A junta militar de Mianmar lançou, nesta quinta-feira (11), novas acusações de corrupção contra a ex-chefe do governo civil Aung San Suu Kyi, acusada de ter recebido subornos no total de US$ 600.000, além de 11 quilos de ouro.

"Tomamos conhecimento de que a própria Aung San Suu Kyia aceitou US$ 600.000 e 11,2 quilos de ouro. A comissão anticorrupção iniciou uma investigação", disse nesta quinta em Naipyidó o assessor de comunicação da junta, Zaw Min Tun.

O Exército vem tentando usar supostas acusações de fraude no pleito como justificativa para a tomada de poder. Os militares também acrescentaram à narrativa o argumento de que a comissão eleitoral do país usou a pandemia de coronavírus como pretexto para impedir a realização de uma campanha justa. Dizem ainda que agiram de acordo com a Constituição e que a maior parte da população apoia sua conduta, acusando manifestantes de incitarem a violência.

A Liga Nacional pela Democracia (LND), partido de Suu Kyi, obteve 83% dos votos e conquistou 396 dos 476 assentos no Parlamento nas últimas eleições em Myanmar, realizadas em novembro do ano passado. A legenda, entretanto, foi impedida de assumir quando o golpe foi aplicado no dia da posse da nova legislatura. O Partido da União Solidária e Desenvolvimento, apoiado pelos militares, obteve apenas 33 cadeiras.