Europa

Itália decreta novo lockdown e terá Semana Santa com todo o país na 'zona vermelha'

Devem fechar escolas, bares e restaurantes em grande parte das 20 regiões do país

UTI na Itália - Miguel Medina/AFP

Grande parte da Itália deve obedecer um confinamento a partir de segunda-feira (15) e até 6 de abril, após uma decisão anunciada pelo governo, nesta sexta-feira (12), com base no índice de contágios, que ameaça provocar o colapso dos hospitais.

O governo do premiê Mario Draghi decidiu em um conselho de ministros que, de 15 de março a 6 de abril, as regiões com "número semanal de contágios superior a 250 por 100.000 habitantes passarão a ser consideradas 'vermelhas'".

Uma determinação técnica que obriga as autoridades regionais a anunciarem a medida com base no índice de contágio.

Desta maneira, a partir de segunda-feira, devem fechar escolas, bares e restaurantes em grande parte das 20 regiões do país.

De acordo com a classificação por cores, a zona vermelha, a mais contagiosa, implica o fechamento também de escolas do ensino médio e universidades, assim como bares, cafeterias e restaurantes (exceto para a retirada das refeições).

Além disso, as viagens estão autorizadas apenas em caso de necessidade por questões de trabalho, compra de artigos de primeira necessidade e por emergências médicas.

As grandes regiões do norte - Lombardia, Piemonte, Vêneto, Emilia-Romagna -, assim como Lazio (a região de Roma) e Calábria, ao sul, correm o risco de serem declaradas zonas "vermelhas" e se uniriam a outras regiões do sul, como Campânia, Basilicata e Molise, que já estão na faixa mais contagiosa.

Toscana, Ligúria, Umbria e Abruzzo permaneceriam como zonas intermediárias, de cor laranja.

Apenas a Sicília permaneceria na faixa amarela, enquanto a ilha da Sardenha é a única zona branca da península, ou seja, sem contágios.

De 3 a 5 de abril, período da Semana Santa, toda Itália será considerada zona vermelha, e os deslocamentos serão autorizados apenas dentro da própria região para outra residência privada, uma vez por dia e com o máximo de duas pessoas.

A Itália, que esta semana superou a barreira das 100.000 mortes provocadas pela covid-19, registra um forte aumento de contágios e de óbitos, em grande parte devido à variante britânica, afirmam os médicos.

Na quinta-feira, as autoridades anunciaram 26.000 novos casos e 373 mortes em 24 horas.

O centro de pesquisas de saúde GIMBE afirma que o número de novos casos observados durante as últimas três semanas "confirma o início da terceira onda" de coronavírus na Itália.

Segundo o presidente do GIMBE, Nino Cartabellotta, em mais da metade das 20 regiões italianas "os hospitais e, especialmente, as Unidades de Terapia Intensiva já estão saturados". 

As internações e cirurgias não relacionadas com o coronavírus foram adiadas.