Futebol

Após suspender atividades esportivas, governo Doria libera treinos

Futebol - Vitor Forcellini/JEC

Horas depois de ter anunciado a paralisação de todas as atividades esportivas no estado de São Paulo na quinta (11), como parte do plano emergencial de combate à Covid-19, o governo João Doria (PSDB) voltou atrás em parte das restrições e liberou os treinos.

Durante apresentação no Palácio dos Bandeirantes, foi determinada a "restrição completa" dos esportes. A medida proíbe jogos do Campeonato Paulista, do NBB de basquete e da Superliga de Vôlei, além de outros torneios, de 15 a 30 de março -ao final desse período, a retomada ou não será avaliada.

A medida incluía, além dos jogos, treinos, o que causou ainda mais preocupação em clubes de futebol. De acordo com dirigentes ouvidos pela reportagem, o período sem jogos, concentração e treinamentos é o momento mais fácil para os atletas se contaminarem e espalhar o vírus, já que não estarão em um ambiente controlado, com testagens periódicas.

No entanto, na manhã desta sexta-feira (12), a assessoria do governo confirmou à reportagem que permitirá a realização de treinos profissionais, proibindo apenas as partidas.
 


Procurado pelo site Globoesporte, na noite de quinta, o governo já havia mudado de postura. A reportagem também questionou a gestão Doria sobre os critérios para liberar treinos durante a suspensão das competições.

Em nota, a resposta foi de que é seguida uma recomendação do Ministério Público paulista e que "o Plano SP [que determina as diretrizes da quarentena] estabelece rígidos protocolos de segurança sanitária para treinos dos esportes considerados profissionais, como testagem e aferição de temperatura".

Na própria coletiva de divulgação do governo, questionado se os treinamentos poderiam acontecer na fase emergencial, José Medina, do Centro de Contingência, foi evasivo em sua fala. "Isso fugiu da nossa alçada, estamos atendendo à recomendação do Ministério Público estadual", disse.
partida.

Surtos da doença, como o do Corinthians, que chegou a ter 14 jogadores isolados com Covid-19, foram detectados nos treinamentos e sem registro de contágio de jogadores rivais.

A proibição da realização do Campeonato Paulista causou atrito entre o governo e os dirigentes esportivos. A Federação defende que os protocolos sanitários garantem a segurança dos envolvidos nos jogos, e os clubes ameaçam levar o campeonato para outro estado caso não possam jogar em São Paulo.