Síndrome de Haff: MPPE abre investigação de morte de veterinária pernambucana
Foram encaminhados ofícios a diversos órgãos, como SES-PE, Adrago, Mapa e MPF
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou um procedimento investigativo para apurar os fatos relacionados à morte da veterinária Pryscila Andrade, com diagnóstico de Síndrome de Haff, a doença da urina preta.
A pernambucana morreu em 2 de março, após passar 12 dias internada em um hospital particular do Recife. Ela foi socorrida com sintomas característicos da doença após comer um peixe arabaiana.
Em audiência pública realizada na última quarta-feira (10), autoridades sanitárias locais e federais e representantes dos setores de alimentação e de pesca discutiram a doença e a relação dela com o consumo do peixe arabaiana.
“Estamos realizando essa discussão dentro da área do consumidor, considerando a relação de consumo entre o que aconteceu em nosso Estado e a aquisição do pescado de tipo arabaiana", disse a titular da 18ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor da Capital (PJDCC), a promotora de Justiça Liliane Fonseca.
O MPPE encaminhou ofícios para a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) e a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro) para que os órgãos estaduais realizem uma maior divulgação sobre as medidas que estão sendo tomadas pelo Estado.
A secretaria e agência também deverão remeter as informações do caso ao MPPE. O inquérito também foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF).
O Ministério da Agricultura e Pesca Agropecuária (Mapa) foi oficiado para realizar a rastreabilidade do lote do peixe arabaiana no Pará, de onde veio o animal consumido pela veterinária.
Os dados deverão ser encaminhados para a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa).
O Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE) deverá encaminhar relatório de análise no peixe arabaiana que causou a Síndrome de Haff.
“Pudemos envolver diversos atores que lidam diretamente com o consumo de gêneros alimentícios para o intercâmbio de informações. Isso uniformizou os entendimentos acerca do processo de contaminação e também de desenvolvimento da doença”, finalizou Liliane.