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Influencers do Nordeste exploram múltiplas redes e atingem público nacional

Influenciadores digitais contam experiências positivas com as relações e conteúdos com seus seguidores nas redes

Influenciadores digitais. Da esquerda para a direita: Rebeca, Ney, Cuca e Marcella - Foto: Divulgação

Por volta dos anos 1980, a história do marketing mudou a partir da associação das marcas com os popstars da época. Um dos grandes exemplos disso é a inserção da Pepsi com astros e estrelas da música norte-americana na televisão. Hoje, esse conceito de influência para impulsionar o seu produto ou ser este próprio produto se intensificou com o avanço das redes sociais no cotidiano: influenciador virou, literalmente, uma profissão e está cada vez mais presente na vida das pessoas. No Nordeste, por sua vez, um celeiro de influencers tem se formado - com nomes cada vez maiores no cenário nacional.

De diferentes estados e nichos, a região possui nomes grandes como Whindersson Nunes, Carlinhos Maia, GKay, Thaynara OG e Ney Lima - que nasceram em mídias distintas, mas migraram com força nas redes sociais mais utilizadas hoje. O baiano de Serrinha, Ney Lima, 24, é um dos sucessos do Instagram. Fazendo conteúdo com bom humor e paródias que renderam até candidatura política, ele possui 4,3 milhões de seguidores no Instagram e 1,8 milhões no Facebook.

Apesar dos grandes números, seu conteúdo - que geralmente reúne amigos próximos e familiares -, pouco mudou do início da carreira para cá -, criando uma fidelização com seu público. "Eu sempre procurei criar conteúdos diferentes para chamar a atenção. Eu sempre procuro botar nos meus vídeos coisas que agreguem, que eu sei que vão chamar atenção, que eu gosto assim de chamar atenção! Eu, por exemplo, eu gravo vídeos que eu coloco trator, retroescavadeira...", conta ele, usando o seu tom humorista.

Pernambucanos na rede

Não há como citar a influência digital em Pernambuco sem Cuca Amorim. A influencer de moda, maquiagem e comportamento foi uma das pioneiras no local, quando ainda a profissão não existia. "Eu tenho muito orgulho dessa trajetória, porque foi difícil acreditar numa profissão que praticamente não existia, mas eu já sabia que era o que me realizava. Comecei a seguir um sonho, trabalhar com o que me faz feliz e transformar a vida de quem me segue de forma positiva", explica Cuca.

Agora, ela atua apenas no Instagram, por considerar que focar o conteúdo diretamente em uma rede seja melhor para a sua atuação. "Meu público gosta de ver a vida real, rotina e a ferramenta que mais engaja nesse sentido são as lives e os stories! A troca é direta, pessoal e aproxima demais o criador de conteúdo do público final. Essa troca verdadeira e construção de relações mais íntimas com quem consome o meu conteúdo é o meu verdadeiro propósito", aponta Amorim.

Geração de "Tik Tokers"

O TikTok, aplicativo de vídeos chinês, é a rede que mais cresce no mundo, impulsionando hits da música pop para todos os continentes. A estudante de psicologia pernambucana Rebeca Barreto, 19, alcançou 3 milhões na plataforma nesta semana. "Eu comecei dançando no stories do Instagram antes da pandemia. Quando eu vi que as pessoas estavam gostando, juntei uma graninha e comprei um celular novo. Melhorei a iluminação e postei no TikTok. Depois, consegui ver os números e consegui o primeiro milhão bem rápido", afirma a influencer.

De Garanhuns, a estudante de engenharia Marcella Hellen começou fazendo trabalhos como modelo para uma loja da cidade. "Foi uma coisa muito natural, porque na verdade queria ser engenheira civil. Tive que trancar a faculdade, porque estava viajando muito e hoje é o que eu amo. Toda empresa que fecha parceria ama trabalhar comigo e meus seguidores gostam muito de coisas que eu falo do dia e engajam nas minhas postagens de moda", diz ela, que também é agenciada pela Aloha Influencer.