Ciência

Rússia inaugura um dos maiores telescópios subaquáticos do mundo

Equipamento estudará os mistérios do universo a partir das águas cristalinas do Lago Baikal, na Sibéria.

Lançamento do equipamento - Bair Shaibonov/AFP

Cientistas russos lançaram, neste sábado (13), um dos maiores telescópios subaquáticos do mundo, que estudará os mistérios do universo a partir das águas cristalinas do Lago Baikal, na Sibéria.

O telescópio, que começou a ser construído em 2015, foi projetado para observar neutrinos, as menores partículas conhecidas. Chamado de "Baikal-GVD", foi instalado entre 750 e 1.300 metros de profundidade, a cerca de quatro quilômetros da margem do Lago Baikal.

Os neutrinos são muito difíceis de detectar e a água é um meio muito eficaz para isso. O observatório flutuante consiste em cordas com vidro esférico e módulos de aço inoxidável anexados a elas.

N serem cuidadosamente depositados nas águas glaciais do lago, por meio de um buraco cavado no gelo.

"Um telescópio de neutrino medindo meio quilômetro cúbico está localizado sob nossos pés", disse Dmitry Naumov, do Instituto Conjunto de Pesquisa Nuclear, à AFP, em pé na superfície gelada do Lago Baikal.

Naumov disse que dentro de alguns anos, o telescópio será ampliado e medirá 1 quilômetro cúbico.

Segundo o cientista, o telescópio vai rivalizar com o Ice Cube, um observatório de neutrinos enterrado sob o gelo da Antártica em uma base de pesquisa que os Estados Unidos possuem no Pólo Sul.

Cientistas russos afirmam que o "Baikal-GVD" é o maior detector de neutrinos do Hemisfério Norte e que o Lago Baikal, o maior lago de água doce do mundo, é o lugar ideal para hospedá-lo.

"Claro, o Lago Baikal é o único onde um telescópio de neutrino pode ser implantado devido à sua profundidade", disse Bair Shoibonov, do Joint Institute for Nuclear Research, à AFP.

"A água doce também é importante, assim como a clareza da água. E o fato de haver cobertura de gelo por  doi meses e meio também é muito importante."

O telescópio é o resultado de uma colaboração entre cientistas da República Tcheca, Alemanha, Polônia, Rússia e Eslováquia.