Coronavírus

Lira e Pacheco consideram lockdown medida extrema e pregam pensamento positivo

Os congressistas demonstraram alinhamento com o Palácio do Planalto e criticaram a possibilidade de lockdown

Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com quase 280 mil mortos em decorrência do coronavírus, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), demonstraram alinhamento com o Palácio do Planalto e criticaram a possibilidade de lockdown para conter a disseminação de Covid-19.

Os congressistas participam na tarde desta segunda-feira (15) de uma videoconferência realizada pelos jornais O Globo e Valor Econômico, em conversa conduzida pelos jornalistas Miriam Leitão e Cristiano Romero.

Questionados sobre se apoiavam medidas mais rígidas ou mais flexíveis na pandemia, ambos qualificaram o lockdown, aplicado em países como Alemanha e Reino Unido, como uma opção extrema.

"Todos os extremos, nesse momento, são muito complicados", afirmou Lira. "Você defender um lockdown geral no país, eu já rebatia isso lá atrás, desde a época do [ex-ministro da Saúde Luiz Henrique] Mandetta, naquela época já se falava no 'fique em casa', [não] é absolutamente igual para todas as regiões do Brasil", disse.

"E também descartar a possibilidade de algum lockdown ou de alguma medida mais restritiva numa cidade ou região que esteja passando por um momento de mais dificuldade também não é conveniente", disse.

Lira defendeu que se "despolitize" a pandemia. "Os extremos não ajudam. Eu acho que, neste momento, nós devemos ter uma postura mais equilibrada, para tentarmos, todos juntos, como estamos dizendo há vários dias, desde que assumimos, remarmos num só sentido", afirmou.

O deputado afirmou que, no momento, não há necessidade de medidas mais duras. "Eu não defendo CPIs [Comissões Parlamentares de Inquérito] na Câmara", disse. "Eu acho que perder tempo, neste momento, discutindo o que está certo e o que está errado tem que ser feito de maneira proativa."

Lira ressaltou que a economia brasileira precisa se movimentar, mas disse que nada é mais importante que saúde e vacinação para a população.

Já Pacheco avaliou não ser "racional" um lockdown absoluto no país neste momento. Ao comentar posições negacionistas da pandemia, Pacheco afirmou que essa visão já foi derrotada pelo senso comum e citou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como exemplo de alguém que mudou suas convicções.

"Aspectos de negação já encontraram uma mitigação necessária pelo próprio senso comum de que isso não é o correto. E vi o próprio presidente da República, na sessão de sanção do projeto de lei que foi convertido na lei 14.125, o presidente usando máscara, falando de vacina e buscando conscientizar a população de que é preciso ter o enfrentamento dentro desses critérios", afirmou.

"Eu acho que devemos desapegar nesse momento de pontos de negação aqui e ali e convertermos dentro de uma conscientização de todos que nós depois de um ano da doença nós não podemos mais recusar vacina, recusar o uso de máscara, recusar o distanciamento social", completou.

Pacheco também criticou o que chamou de negativismo, de "achar que nada funciona e que nada anda".

"Nesse momento o que nós do Congresso Nacional, e tenho absoluta convicção de que é o pensamento do presidente Arthur Lira, o que estamos buscando promover é um ambiente de positivismo, de positividade, para que nós possamos valorizar aquilo de bom que nós temos no Brasil", disse, citando como exemplo a aprovação do projeto que amplia a compra de vacinas e a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Emergencial, que destrava o auxílio emergencial.

No domingo, o Brasil chegou a 278.327 mortes e a 11.483.031 infecções pela doença desde o início da pandemia.