Lula e Dilma tiveram consequências menos negativas do que Bolsonaro, diz FHC

'Lula não é de esquerda nem de direita, o Lula é ele. Eu prefiro que não seja só isso, mas ele não é o mal', afirma FHC

Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os governos dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff tiveram menos consequências negativas do que o atual governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

A declaração foi dada durante o UOL Entrevista, nesta terça-feira (16), para o colunista Tales Faria.

"Falando de maneira objetiva, as consequências que podem ser positivas ou negativas, somando do Lula e mesmo da Dilma, que foi bastante negativa em muitos aspectos, foram menos graves que as negativas atuais do presidente Bolsonaro".
 

Sendo assim, questionado sobre em quem votaria se o cenário eleitoral de 2018 se repetisse, em que Bolsonaro foi para o segundo turno com o petista Fernando Haddad, o ex-presidente optaria por ir contra Bolsonaro.

"Se houver, espero que não haja, essa dicotomia ou Haddad ou Bolsonaro, ou alguém do PT, lógico, que seja razoável, ou Bolsonaro, votaria mais contra o Bolsonaro".

"Me dou bem com Haddad como pessoa. Ali naquele momento era outra questão. Mas agora temos que ver quem vai poder juntar forças. Estou disposto a apoiar aquele que seja capaz de agregar, tenha visão democrática e progressista na área econômica e social, para evitar o constrangimento atual, de alguém que vê inimigos por todo lado, tem uma visão dicotômica, bem ou mal, acho que as coisas são mais variáveis."

Em um cenário no qual Bolsonaro disputaria com o ex-presidente Lula, agora elegível, FHC escolheria o "menos ruim".
"O Lula foi calejado pela vida, isso conta. Não é nenhum principiante, ele deu uma entrevista agora e acertou em uns pontos fundamentais, ele tem jeito para a coisa. Lula não é de esquerda nem de direita, o Lula é ele. Eu prefiro que não seja só isso, mas ele não é o mal."

"Não sei se vai ter condições de ser candidato ou se seria o melhor candidato, mas acho que se ficar ele e Bolsando, mea culpa, voto em quem for menos ruim".