CINEMA

Museu do Oscar assume defeitos do prêmio e promete dissecar a sétima arte

A primeira tour virtual pela instituição foi exibida nesta terça-feira (16) e destinada aos profissionais da imprensa

Museu do Oscar - Foto: Divulgação

Localizado no centro de Los Angeles, nos Estados Unidos, o Museu do Oscar será inaugurado em 30 de setembro e promete ser a maior instituição do mundo dedicada às artes, ciências e ao cinema.

A primeira tour virtual pela instituição foi exibida nesta terça-feira (16) e destinada aos profissionais da imprensa. Em 22 de abril, será lançada uma programação online, gratuita e aberta ao público, que inclui palestras, exibições de filme, discussões e oficinas.

"Estamos empolgados em receber todos vocês em setembro. Mal podemos esperar que experienciem a magia dos filmes no Museu da Academia", disse a curadora da instituição Micky Lee.
A instituição reúne um vasto acervo da sétima arte. Os arquivos dissecam milhares de filmes e detalham histórias, bastidores, produções, críticas, impactos sociais, culturais e econômicos, contextos de lançamento, prêmios, relíquias, estatuetas e polêmicas.

As coleções incluem mais de 12,5 milhões de fotografias, 250 mil conteúdos audiovisuais, 91 mil roteiros, 66,5 mil pôsteres e 138 mil peças de produção.

Há cerca de 1.800 coleções especiais de grandes nomes do cinema, como Saul Bass, Patricia Cardoso, Katharine Hepburn, Alfred Hitchcock, Eiko Ishioka, Hattie McDaniel, Gregory Nava e Kimberly Peirce.

O Museu terá mostras -temporárias e permanentes-, exibições, painéis de discussão, programas e iniciativas voltadas ao universo do cinema e ao incentivo à cultura e à educação.

Foi o italiano Renzo Piano, vencedor do Prêmio Pritzker de 1998, quem projetou a arquitetura do Museu do Oscar, construído a partir do edifício renovado da May Company -agora, nomeado Edifício Saban-, uma estrutura esférica e duas pontes de vidro, chamadas Barbra Streisand e Casey Wasserman, em homenagem aos artistas de mesmos nomes.

Lá dentro é possível visitar salas de exposição, teatros -o David Geffen Theatre, de 1000 assentos, e o Ted Mann Theatre, de 288-, espaços para oficinas, uma galeria, uma loja, um restaurante, uma lanchonete e um terraço para lazer.

"[Os visitantes] terão uma visão geral das origens do Oscar e da Academia, vitórias e rejeições significativas, e não nos esquivaremos de histórias problemáticas, incluindo #OscarsSoWhite, a escassez de representação feminina e o abusivo tratamento à Hattie McDaniel na cerimônia do Oscar", prometeu a atriz Laura Dern durante a tour virtual.

Além de detalhar os próprios defeitos da premiação ao longo da história, o Museu tem uma área reservada para abordar temas como mudanças climáticas, relações de trabalho e os movimentos Black Lives Matter e #MeToo.

No Saguão Principal, há a Galeria da Família Spielberg, que é de acesso gratuito, e exibe um filme de dez minutos sobre a história do cinema, com mais de 700 filmes reproduzidos em monitores suspensos e presos ao teto.

É também nesta galeria onde o visitante verá a primeira mostra permanente do Museu, a "Histórias do Cinema", disposta em três andares, que incluem acervos desenvolvidos em parceria com estrelas como Spike Lee e Pedro Almodóvar.

Com paredes de vidro, a mostra faz uma imersão na história do cinema, desde os irmãos Lumière até os dias atuais.

A exposição inaugural temporária "Hayao Miyazaki", faz uma retrospectiva e homenageia o cineasta japonês Hayao Miyazaki, conhecido por animações como "Meu amigo Totoro", de 1988, e "A viagem de Chihiro", vencedor do Oscar de 2001.
Já a mostra "A Experiência do Oscar", que também é temporária, traz ambiente imersivo que faz o visitante simular sua subida ao palco do Teatro Dolby, em Hollywood, para receber um Oscar.
Além dessas, há outras exposições inaugurais que serão detalhadas no site da instituição a partir do dia 22 de abril.