Coronavírus

Hospital de Goiânia testa exame que detecta coronavírus em uma hora

Próxima etapa do estudo é a transferência de tecnologia para que outras instituições possam utilizar a técnica

Tecnologia que detecta a presença do RNA do vírus na fase da infecção ativa, na mesma janela do exame padrão ouro, o PCR, de 3 a 10 dias - Divulgação

Graças a uma pesquisa científica desenvolvida pela Universidade Federal de Goiás (UFG) no Hospital das Clínicas vinculado à Rede Ebserh/MEC, os pacientes atendidos na unidade hospitalar contam com um novo teste para a detecção do coronavírus Sars-CoV-2.

O grande diferencial desse exame é que ele fica pronto em cerca de uma hora, o que pode ser decisivo no tratamento e isolamento dos pacientes. O teste RT-LAMP conta com tecnologia que detecta a presença do RNA do vírus na fase da infecção ativa, na mesma janela do exame padrão ouro, o PCR – de 3 a 10 dias. Além disso, ele é mais barato e não necessita de instrumentação sofisticada.

Inicialmente foram disponibilizados 500 testes para o hospital. A próxima etapa do projeto é a transferência de tecnologia para o maior número possível de instituições, públicas ou privadas, fazendo com que os benefícios alcançados com essa tecnologia sejam disponibilizados para a sociedade nos diferentes meios de assistência à saúde.

Os recursos para o desenvolvimento dos testes vieram do Ministério Público do Trabalho de Goiás (MPT-GO), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Foram destinados, até o último dia 9, cerca de R$ 1,7 milhão de reais ao projeto.

O diretor do HC-UFG/Ebserh/MEC, José Garcia, ressaltou que o teste tem ótima qualidade e, como fica pronto rapidamente, auxilia com relação ao isolamento dos pacientes, que antes tinham que aguardar mais tempo isolados antes de saber o diagnóstico para Covid-19 ou outra doença respiratória que exige tratamentos diferenciados. “No atual momento da pandemia, toda facilidade no diagnóstico é muito importante”, avaliou Garcia.

Validação do teste
O projeto teve início no primeiro semestre de 2020 na UFG e já foi validado, com cerca de mil testes aplicados na população. Em breve, deve ser disponibilizado um edital público para a viabilização da transferência de tecnologia para outras instituições.

“A equipe do projeto fará o treinamento em outros hospitais de forma gratuita, fazendo com que este diagnóstico seja mais rápido e que possa salvar vidas”, afirma Gabriela Duarte, coordenadora da pesquisa.

A professora do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, Elisângela Lacerda, que também participa da pesquisa, explica que “a inovação tecnológica está próxima de se tornar acessível à sociedade, por meio de empresas e instituições com capacidade de produzir, fornecer ou comercializar na forma de novos produtos, processos ou serviços".