Economia

Setor das indústrias tem piora no índice de confiança dos empresários em Pernambuco

O resultado do Índice de Confiança do Empresário Industrial de Pernambuco ficou abaixo do nacional

Indústria - João Paulo Lacerda/CNI

Segundo levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), de fevereiro a março deste ano, houve uma queda de 8,9 pontos no Índice de Confiança do Empresário Industrial de Pernambuco (Icei-PE). Em grande parcela, o resultado é motivado pelo fechamento dos setores, fruto da piora no cenário da pandemia.  

"Como a indústria depende de outros setores, como comércio e serviços, o segmento industrial não consegue sozinho desovar os produtos e precisa muito desses outros para a economia girar. Com o fechamento das atividades, fica tudo mais complicado, porque fica difícil ter um canal de distribuição", detalha o gerente de Relações Industriais da Fiepe, Maurício Laranjeira. 

Segundo Laranjeira, o setor ainda está conseguindo segurar as demissões, na medida em que os empresários esperam ansiosamente pela nova fase do programa federal de suspensão de contratos e redução de jornadas e salários. "Já existem esses rumores de demissões, mas isso não está acontecendo. Os empresários estão assustados e se segurando para ver se haverá o relançamento do programa federal, que foi exitoso no ano passado", explica. 
 

O especialista da Fiepe ainda ressalta que a falta do auxílio emergencial, que está na ponta da agulha, prejudica o resultado da indústria. "Não tem nenhum setor que esteja livre dessa crise pesada. No ano passado, com o auxílio, o setor de higiene e limpeza se sobressaiu. Mas, este ano, com menos dinheiro circulando, setores como o de bebidas, já estão começando a travar, em razão do fechamento das atividades", pondera. 

Olhando pelo aspecto numérico, o resultado do Icei-PE ficou abaixo do nacional. O Brasil fechou o mês de março com 54,4 pontos, enquanto Pernambuco pontuou 52,7. Em fevereiro de 2021, esse quadro era bem diferente e manteve Pernambuco na liderança, com 61,5 pontos, à frente do Brasil e do Nordeste, que estavam com 59,5 pontos e 60, 4 pontos, respectivamente. "O maior impacto de tudo isto é a Covid-19. A apreensão é grande seja a curto, médio ou longo prazo, pois tudo vira uma bola de neve quando o Brasil não avança na vacinação e a economia não consegue voltar a girar", explica Laranjeira. 

Ele detalhou, ainda, que o resultado final do Icei deste mês foi puxado pelo índice de Condições Atuais, que apresentou forte recuo de 10,3 pontos, chegando a 45,5 pontos na passagem de fevereiro para março. Indicador este que mede a percepção dos empresários pernambucanos.