Presidente

Em esforço para melhorar imagem, Bolsonaro planeja pronunciamento em cadeia nacional

Segundo assessores presidenciais, a intenção do discurso é incentivar a população a se vacinar contra a doença; pronunciamento acontecerá na noite desta terça-feira (23)

Presidente Jair Bolsonaro - Marcos Corrêa/PR

Na tentativa de convencer que mudou de retórica em relação à vacinação contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) planeja fazer um pronunciamento em cadeia nacional.

A ideia é que a gravação, marcada para a tarde desta terça-feira (23), seja exibida ainda na noite desta terça. Segundo assessores presidenciais, a intenção do discurso é incentivar a população a se vacinar contra a doença.

Desde o início do mês, diante da perda de popularidade e do aumento das críticas nas redes sociais, o presidente adotou uma estratégia de imagem que foi apelidada de "Plano Vacina".

A iniciativa envolve tanto a troca no comando do Ministério da Saúde, efetuada nesta terça-feira, como uma campanha nacional de vacinação, que deve ser veiculada ainda neste mês.

A peça publicitária preparada pela comunicação da Presidência da República deve estimular a população a se informar sobre a imunização de sua faixa etária e deve explorar a imagem do Zé Gotinha.

Além disso, o presidente adotou uma retórica favorável aos imunizantes, uma mudança em relação a postura adotada no ano passado, quando chegou a criticar a Coronavac, vacina produzida no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Bolsonaro, 66, também decidiu se vacinar no próximo mês, quando está programada a imunização de sua faixa etária. A ideia é que ele seja imunizado pelo recém-empossado ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e receba uma dose da AstraZeneca, produzida no Brasil pela Fiocruz.

Só neste mês, o presidente cancelou três discursos que faria em cadeia nacional. Nos episódios, ele foi convencido a recuar diante da intenção de usar a cadeia nacional para criticar medidas de restrição de deslocamento adotadas por governadores e prefeitos.

A mudança de retórica de Bolsonaro em relação à vacina, contudo, não tem convencido integrantes nem do Judiciário nem do Legislativo, para os quais o encontro marcado pelo presidente para quarta-feira (24) não deve ter resultados concretos.