Operação Mar de Morros

Polícia desarticula quadrilha apontada como líder do tráfico de drogas no Cabo

Com a liderança do tráfico na região, a quadrilha acumulou grandes valores, segundo a polícia, além de carros de luxo e casas de alto padrão

Delegado Gilberto Loyo, titular da 10ª Desec, e delegado Rafael Duarte, titular da DP do Cabo de Santo Agostinho - Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco

Deflagrada pela Polícia Civil de Prnambuco nesta quarta-feira (24), a Operação Mar de Morros desarticulou a quadrilha apontada como líder do tráfico de drogas no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

De acordo com a corporação, durante as investigações, que começaram em outubro de 2019, foi constatado que toda a transação de drogas praticada na cidade do Cabo tinham envolvimento com a quadrilha alvo da operação.

Com a liderança do tráfico na região, a quadrilha acumulou grandes valores, segundo a polícia, além de carros de luxo e casas de alto padrão. Foram apreendidas nesta quarta uma grande quantidade de drogas e dinheiro.

Entre os crimes investigados, além do tráfico de drogas, estão associação para o tráfico, lavagem de dinheiro, posse e porte ilegal de arma de fogo e organização criminosa.

Foram expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca do Cabo de Santo Agostinho um total de sete mandados de prisão e quatro mandados de busca e apreensão domiciliar.

Segundo a polícia, quadrilha juntou quantias volumosas de dinheiro com a liderança do tráfico no Cabo (Foto: Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco)

Segundo a Polícia Civil, o líder da quadrilha tem 35 anos e foi preso em 21 de outubro de 2020. Atualmente, ele, identificado apenas pelas iniciais E.J.S., está preso no Presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), no Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife.

E.J.S. responde a processos por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. A companheira e a mãe dele também são membros da quadrilha, segundo a polícia.

Além do líder, um segundo membro da quadrilha, identificado apenas por A.A.A., de 39 anos, está em prisão domiciliar desde 11 de novembro de 2020. 

De acordo com a polícia, A.A.A. também era líder do grupo e já foi condenado por homicídio qualificado, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e associação criminosa.

"É uma organização que a gente já vem há muito tempo tentando combater pelo controle do tráfico no Cabo. Tinha uma movimentação financeira muito grande. A lavagem de dinheiro relacionada ao tráfico era muito intensa. A investigação foi feita com muita cautela. Acreditamos que conseguimos dar fim a essa organização", detalhou o titular da Delegacia do Cabo, o delegado Rafael Duarte.

Segundo o delegado, quatro residências, inclusive imóveis de lixo, foram alvo da operação nesta quarta. "[Os imóveis] já [eram] preparados de forma que a polícia tivesse dificuldade de alcançá-los. Conseguimos localizar dinheiro ilícito e realizar um flagrante de tráfico de drogas", completou, acrescentando que todos os mandados de prisão foram cumpridos.

O delegado Rafael Duarte ainda disse que os membros da quadrilha instalaram câmeras de vigilância na rua para ver a movimentação da polícia. "Eles tinham portões de forma que a gente tinha dificuldade de adentrar nas residências. Todo nosso esforço foi usado no dia de hoje", disse Rafael Duarte.

A polícia disse que, apesar de alguns dos membros estarem presos, a quadrilha seguia ativa. "Eles se organizam de uma certa forma que mesmo após a prisão, o controle continua o mesmo. Hoje, com a prisão dos indivíduos que faltavam, acreditamos que conseguimos acabar com a organização", informou o delegado.

As mulheres presas não atuavam de forma secundária, segundo o delegado. A companheira de E.J.S. era uma das líderes. A outra, mãe dele, ajudava na lavagem de dinheiro.

"Eles realizam investimentos em imóveis, em veículos de luxo da forma mais rápida possível. De forma a tentar dar licitude a esses bens", finalizou o delegado Rafael Duarte.