Mais de 50% dos pernambucanos não pretendem comemorar a Páscoa
A baixa intenção de celebração da festividade se dá devido a crise na saúde e na economia, por conta da pandemia
A Páscoa será diferente este ano. A maioria dos pernambucanos não pretende comemorar a festividade, devido à pandemia da Covid-19, com o crescimento dos casos de infecção pela doença e o retorno das medidas de restrições no Estado, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio-PE, em parceria do Sebrae-PE. Entre os 1.132 consumidores entrevistados, apenas 46,9% desejam celebrar a Páscoa em 2021. Deste índice, 74% optam por comemorar a festividade em casa, devido ao cenário atual. O isolamento social é o motivo de 28,8% da população não comemorar a festividade.
“Nós temos dois cenários, um cenário muito crítico em relação a saúde, com a chamada segunda onda de infecções e na iminência de um colapso no setor da saúde, fazendo com que as pessoas aumentem o comportamento conservador. Essa crise na saúde também tem desdobramentos na crise econômica, com desemprego elevado, queda na renda e as esferas governamentais com dificuldades em ajudar famílias e empresas, então existe uma conjuntura que desincentiva o consumo de uma data comemorativa como a Páscoa”, explica o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos.
Em comparação com as festividades anteriores, como o Ano Novo, Black Friday e Dia das Crianças, a intenção diminuiu, visto que, no ano passado, os índices ainda conseguiam ultrapassar os 50%.
No recorte por gênero, as mulheres apresentam intenção superior aos homens, alcançando 49% ante 45% do público masculino. Já no recorte por grupos de idade, um fato curioso foi apontado pela pesquisa. A maioria da população acima de 60 anos ou mais optou pela comemoração.
“Essa divergência pode estar atrelada à configuração atual da pandemia, já que parte dos mais idosos já receberam a vacinação e estão mais seguros. Além disso, a Páscoa é uma festa mais tradicional e religiosa, puxando um apelo maior para as faixas de idades mais avançadas”, afirma o economista.
No grupo das famílias com rendimento superior a 10 salários-mínimos, aproximadamente, 67% informaram que vão comemorar a data. Em contrapartida, 46% das famílias com renda entre 1 e 2 salários-mínimos pretendem comemorar a Páscoa.
Os presentes para amigos e parentes e as compras pessoais foram apontados como forma de comemoração por 12,9% e 9,8%, respectivamente. Apenas 3,4% dos pernambucanos escolheram as viagens e as idas a restaurantes e bares para celebrar a data.
Tipos de produtos
Como em todos os anos, os ovos de Páscoa ganham destaque nesta época do ano. Segundo a pesquisa, o produto feito de forma artesanal/caseiro ganhou destaque, com 21,8% de intenção de consumo, seguido da caixa de chocolate, com 21,3% e da barra de chocolate industrializada, com 18,3% e por fim, dos ovos de Páscoa industrializados. O consumo de vinho e de outras bebidas alcoólicas tradicionais durante o período alcançou 7,9%. As famílias pretendem gastar de R$50,00 até R$100,00, realizando o pagamento, preferencialmente, à vista.