Política

Doria presta solidariedade a Moro após decisão do STF e diz que esforço não pode ser esquecido

A decisão da Segunda Turma do STF foi tomada por 3 votos a 2, após mudança de posicionamento da ministra Cármen Lúcia

Governador de São Paulo, João Doria (PSDB) - Governo do Estado de São Paulo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), manifestou nesta quarta-feira (24) solidariedade a Sergio Moro, um dia após decisão da Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) que considerou o ex-juiz parcial no caso do tríplex de Guarujá (SP) que levou à condenação do ex-presidente Lula (PT).

"Minha solidariedade ao juiz Sergio Moro. A Lava Jato foi um divisor de águas em nossa longa história de impunidade. Esse esforço de cidadania e avanço civilizatório não pode ser esquecido. A lei é para todos", afirmou Doria, em sua conta no Twitter.

A decisão da Segunda Turma do STF foi tomada por 3 votos a 2, após mudança de posicionamento da ministra Cármen Lúcia.

A turma julgou procedente o habeas corpus em que a defesa do petista pedia a declaração da suspeição de Moro e decidiu anular a ação do tríplex –ficam nulos todos os atos do ex-juiz.

Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski foram os outros dois ministros do colegiado a votar contra Moro. Os votos derrotados foram os de Kassio Nunes Marques e Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo.

Nesta quarta, Moro afirmou que tem "absoluta tranquilidade" sobre as decisões que tomou no âmbito da Lava Jato.

Foi a primeira manifestação de Moro após decisão da Segunda Turma do STF.

"Tenho absoluta tranquilidade em relação aos acertos das minhas decisões, todas fundamentadas, nos processos judiciais, inclusive quanto aqueles que tinham como acusado o ex-presidente", afirmou Moro por meio de nota.

"Todos os acusados foram tratados nos processos e julgamentos com o devido respeito, com imparcialidade e sem qualquer animosidade da minha parte, como juiz do caso", completou.

Em defesa da Lava Jato, Moro afirmou que a operação foi um marco no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro no Brasil, "colocando fim à generalizada impunidade destes crimes".

"O Brasil não pode retroceder e destruir o passado recente de combate à corrupção e à impunidade e pelo qual foi elogiado internacionalmente", afirmou.

Embora os ministros do STF tenham frisado em seus votos que a decisão vale para o caso tríplex, há um temor entre defensores da Lava Jato de que ela abra caminho para anulação de outros processos da força-tarefa. Advogados de outros investigados já se preparam para apresentar pedidos similares ao de Lula.