Chile confina mais de 14 milhões de pessoas devido ao aumento nas infecções da Covid
Mais de 80% da população do Chile - cerca de 14 milhões de pessoas - será novamente confinada no sábado devido ao forte aumento dos casos da covid-19, que ameaça o sistema de saúde, apesar de uma impressionante campanha de vacinação.
As autoridades sanitárias anunciaram nesta quinta-feira mais restrições e confirmaram a presença de "45 casos da variante brasileira" além de "64 casos da variante britânica", para os quais desestimulam viagens e turismo.
Entre as novas restrições, indicaram que os passageiros do Brasil devem, a partir desta quinta-feira, ficar obrigatoriamente três dias em um hotel sanitário e mais 7 dias em sua residência.
Além disso, desde 31 de março, todos que entram no país vindos do exterior passam cinco dias em um hotel sanitário pago pelo viajante, exceto aqueles que iniciaram a viagem antes de 27 de março.
"Não é hora de viajar, não é hora de fazer turismo", disse Jaime Bellolio, porta-voz do governo que participou da entrevista coletiva com o Ministério da Saúde.
Durante o dia, 7.023 novos casos e 122 mortes foram notificados, em um total de 954.762 infectados e 22.524 mortes confirmadas desde o início da pandemia.
Após um aumento de 36% nas infecções nas últimas duas semanas, grande parte deste país de 19 milhões de pessoas voltou à quarentena estrita. Em 2020, o Chile teve um dos confinamentos mais longos do mundo, com toque de recolher noturno.
“Tudo isso pela irresponsabilidade das mesmas pessoas”, reclama Víctor Opazo, de 67 anos, no centro de Santiago. “As pessoas iam à praia e se esqueciam do mundo e agora estão pagando as consequências”, afirma, lamentando o relaxamento da população durante o verão.
As medidas também incluem o fechamento de supermercados durante o fim de semana.
Nos sábados e domingos, mais de 90% dos chilenos terão que se trancar em suas casas já que, além da Região Metropolitana, existem outras regiões do país que, desde a segunda semana de março, estão em quarentena obrigatória em finais de semana.
O retrocesso surge no momento em que a campanha de vacinação em massa, iniciada no dia 3 de fevereiro, marca um recorde de mais de 6 milhões de pessoas que receberam pelo menos uma dose da vacina do laboratório chinês Sinovac ou da americana Pfizer.
Existem mais de 3 milhões de pessoas que completaram a vacinação, incluindo aquelas com mais de 70 anos de idade.