Imóveis

Construção projeta expansão para este ano

A expectativa do setor é ter um crescimento de 4% em 2021, depois de registrar uma retração de 7% em 2020, período impactado pelo início da pandemia do novo coronavírus. Apesar do resultado negativo, a queda ficou abaixo do esperado pelos empresários

A elevada geração de empregos em 2020, um período de crise, foi apontada como uma vitória da construção civil - Alf Ribeiro/Folhapress

A construção civil brasileira deverá alcançar, em 2021, um crescimento robusto. A previsão é da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que projetou uma expansão para o Produto Interno Bruto (PIB) do setor da ordem de 4% este ano. A expectativa é que seja o melhor resultado desde o ano de 2013, quando o segmento teve um aumento de 4,5%. O presidente da CBIC, José Carlos Martins, em entrevista à Agência Brasil, classificou de “otimista conservadora” a postura da entidade. Mas é importante lembrar que a expansão ocorrerá sobre uma base de comparação fraca, com a atividade da construção civil em níveis de recuperação.

De acordo com os Indicadores Imobiliários Nacionais, divulgados pela CBIC para o mês de fevereiro de 2021, a intenção de compra dos consumidores para os próximos dois anos atingiu a marca de 41% do mercado nacional. Em março de 2020, no início da pandemia da Covid-19, a taxa era de apenas 24%, o que mostra uma franca evolução.

Mas o isolamento social adotado para conter o avanço da pandemia provocou uma mudança no comportamento dos consumidores, já que o home office e o ensino remoto levaram o trabalho e a escola para dentro de casa e foi preciso fazer adaptações ou buscar um espaço maior para garantir as novas funções da residência.

Essa mudança é facilmente identificada quando são avaliados os motivos para a expansão do índice de intenção de compra de imóveis. Para 25% dos entrevistados, ‘sair do aluguel’ ainda é o principal motivo, mas ‘trocar a residência atual por uma maior’ foi a razão apontada por 16% desses clientes, em segundo lugar na lista feita pela CBIC. Em terceiro está o ‘investimento para alugar’, com 14% das justificativas. ‘Trocar por uma residência mais nova’ foi a resposta de 8% das pessoas pesquisadas.

Em 2020, ano marcado pelo início da pandemia, o Sistema de Contas Nacionais, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou uma queda de 7% no PIB da construção. Apesar da retração elevada, o resultado apontou uma melhora em relação aos cálculos feitos pela CBIC, que chegou a prever encolhimento de até 11% no Produto Interno Bruto do setor para o ano.

Trabalho

Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia, o setor da construção civil fechou 43.032 empregos em dezembro, após seis meses de abertura de novas vagas. Apesar disso, no acumulado de 2020, a construção criou 112.174 vagas, um aumento de 5,18%. O setor foi o que mais gerou empregos no País no ano passado, seguido pela indústria (+95.588 vagas), agropecuária (+61.637), comércio (+8.130) e serviços (-132.584).

De acordo com o Caged, do Governo Federal, no acumulado de 2020, a construção civil criou 112.174 vagas de emprego com carteira assinada. Foto: Mateus Bonomi/Folhapress

Para a CBIC, chegar ao fim do ano com a criação de 112.174 vagas formais representa uma vitória da construção civil. Ao final de dezembro, a construção empregava 2.279.099 trabalhadores com carteira assinada no País.

Em relação ao saldo entre admissões e demissões entre todos os setores da atividade econômica no País, o Caged apontou fechamento de 67.906 empregos em dezembro. Apesar disso, pelo segundo mês consecutivo desde o início da pandemia, houve um saldo positivo no acumulado do ano: a abertura de 142.690 vagas.