Imunização

Ministério da Saúde inclui pessoas com HIV em grupo prioritário de vacinação contra a Covid

Segundo o ministério, a recomendação deve passar a fazer parte de nova versão do plano de vacinação, prevista para ser publicada em abril

Todas as pessoas que vivem com HIV entre 18 e 59 anos devem receber as doses - Ricardo Arduengo / AFP

O Ministério da Saúde publicou uma nota técnica que passa a incluir, entre os grupos prioritários para vacinação contra a Covid-19, todas as pessoas que vivem com HIV entre 18 e 59 anos.

Desde janeiro, parte desse grupo já estava incluído na previsão de vacinação de pessoas com comorbidades, mas havia a exigência de testes de contagem de linfócitos T CD4 menor que 350 -o que era visto como impasse por movimentos da área.

Agora, a nota técnica amplia essa previsão. No documento, o ministério diz que a medida segue "novas evidências científicas publicadas sobre o risco de desfechos negativos da Covid-19 em pessoas vivendo com HIV".

Também visa "reduzir o impacto da pandemia nesse grupo, especialmente em relação ao risco de hospitalização e óbito, e respeitar o conceito de equidade do Sistema Único de Saúde", aponta.

A decisão por incluir apenas aqueles até 59 anos ocorre devido ao fato de que pessoas com mais de 60 anos já são alvo prioritário da vacinação, independente de comorbidades ou não.

Segundo o ministério, a recomendação deve passar a fazer parte de nova versão do plano de vacinação, prevista para ser publicada em abril.

Atualmente, o grupo de pessoas com comorbidades (que inclui também pacientes com diabetes, hipertensão, entre outros, e onde agora também entram aqueles que vivem com HIV), está previsto como o 14º a receber a vacinação contra a Covid, logo após pessoas de 60 a 64 anos.

Alguns estados, porém, têm passado outros grupos à frente da campanha de imunização, como policiais.
Para receber a vacina, pessoas que vivem com HIV que já constam em sistemas do SUS para receber medicamentos terão um pré-cadastro automático para a campanha de vacinação ou declaração entregue por unidades que fornecem os remédios.

"Também podem apresentar o receituário dos antirretrovirais, exames, relatório médico, prescrição médica, como forma de comprovar a condição", informa a pasta.

A nota recomenda ainda que serviços de saúde que já fazem atendimento a pessoas que vivem com HIV organizem, se possível, a vacinação nesses locais, de forma a diminuir riscos de quebra de sigilo sobre o diagnóstico.

Segundo o ministério, a contraindicação da vacinação para esse público segue o mesmo critério da população em geral, que não recomenda doses a pessoas com hipersensibilidade ao princípio ativo ou a componentes da vacina, ou com histórico prévio de reações.