Poucos banhistas no primeiro dia de reabertura nas praias do Recife
Retorno gradual das atividades inicia nesta quinta
No primeiro dia do novo Plano de Convivência com a Covid-19 em Pernambuco, nesta quinta-feira (1º), o movimento nas praias do Recife estava tranquilo. Em Boa Viagem e no Buraco da Veia, em Brasília Teimosa, na Zona Sul da cidade, poucos banhistas aproveitam o mar e a faixa de areia.
Conforme determina o novo decreto assinado pelo governador Paulo Câmara, o acesso às praias está liberado com atividades reduzidas. É permitido banho de mar e prática de atividades físicas individuais. No entanto, não estão liberados o comércio na areia com barracas, mesas e cadeiras. As pessoas também não podem levar suas próprias cadeiras para a praia. O objetivo, segundo o governo, é evitar aglomerações.
Agentes da Prefeitura do Recife e da Polícia Militar de Pernambuco fiscalizaram, pela manhã, o cumprimento dos protolocos na orla e na faixa de areia das praias da capital pernambucana.
Os quiosques das orlas, por sua vez, estão liberados a funcionar e reabriram nesta quinta. Na praia de Boa Viagem, Rafael das Chagas, 29 anos, que há oito trabalha em um quiosque, destacou o movimento tímido neste primeiro dia de retorno, mas afirmou que está com boas expectativas para o feriadão da Semana Santa. “O movimento está fraco ainda porque as pessoas estão percebendo que reabriu. Com certeza, o movimento vai estar bom no fim de semana”, avaliou.
Apesar de ressaltar as dificuldades pelos dias em que o estabelecimento ficou fechado devido à quarentena, Rafael pediu que a população respeite as medidas de segurança para que não sejam necessárias novas normas mais rígidas. “Passamos 15 dias sem receber um real. Eu espero que a população tenha um pouquinho de consciência, volte gradativamente, para a gente poder continuar trabalhando”, disse.
Além das praias, os parques também reabriram nesta quinta, mas com atividades limitadas. No Parque da Jaqueira, localizado na Zona Norte do Recife, o início da tarde foi de movimento tranquilo. As pessoas praticavam atividades físicas individuais, como caminhadas e corridas, e a maioria utilizava máscara e respeitava o distanciamento.
A área infantil, com brinquedos como escorregos e balanços, estava interditada, conforme prevê a regulamentação estadual. Apesar de o acesso ao parquinho não estar liberado, o servidor público Davi Cozzi, 33 anos, aproveitou o dia para levar o filho, Felipe, de 2 anos, ao local.
“Estávamos sentindo falta do ar livre. É uma opção interessante para gente. Nós entendemos a necessidade das restrições mas, de toda forma, aqui é um lugar em que a gente normalmente se sente seguro, porque é aberto, dá para manter o distanciamento de outras pessoas. Estamos felizes de ter essa opção de novo”, disse.
Acompanhado da esposa, Carolina Guimarães, ele ressaltou a importância das medidas de segurança. “Isso é fundamental. Dá para ter uma vida relativamente normal se tomar certas precauções que não são tão difíceis de adotar. Usar máscara de qualidade, manter distância das pessoas, evitar lugar fechado. Então, o parque com certeza é um dos melhores lugares para ter alguma normalidade da vida com segurança sanitária”, pontuou.
Centro
Pelo decreto assinado pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara, com diretrizes que valem até o próximo dia 25, o comércio do centro do Recife e de bairro pode funcionar de segunda a sexta, das 10 às 20h, e aos fins de semana e feriado, das 9h às 17h.
Na Rua da Imperatriz, no centro da capital pernambucana, por volta das 9h30 da manhã, lojistas aguardavam o horário permitido para a reabertura. A gerente Michele Chaves, responsável por uma loja de vestuário, afirmou que preferia que o comércio da região pudesse abrir uma hora antes.
“No Centro da cidade, o pessoal costuma vir mais cedo. E a gente não pode ficar até tão tarde porque é perigoso”, disse. “Se pudesse ser às 9h a abertura indo até as sete da noite, seria até melhor”, acrescentou.
Ela também informou que a empresa precisou dar férias de 15 dias aos funcionários durante o período de quarentena mais rígida. “Essa foi uma maneira que a gente achou para não demitir”, explicou.
Antes mesmo de as portas das lojas abrirem, muitos clientes faziam filas aguardando o horário estabelecido. Boa parte dos consumidores que circulavam pelas ruas do Recife usava máscara. No entanto também houve quem desrespeitasse as medidas de segurança.