Odebrecht anuncia atual presidente do conselho como novo presidente do grupo
Carneiro da Cunha ocupava o posto de presidente do conselho de administração do grupo, que passa a ser exercido por Héctor Núnez
O antigo Grupo Odebrecht, recentemente rebatizado de Novonor, anunciou nesta quinta-feira (1º) que José Mauro Carneiro da Cunha é o novo diretor-presidente da empresa. Ele substituirá Ruy Sampaio.
Carneiro da Cunha ocupava o posto de presidente do conselho de administração do grupo, que passa a ser exercido por Héctor Núnez. Executivo experiente, Núnez foi vice-presidente de operações da Coca-Cola em vários países e também presidiu o Wallmart e a Ri Happy no Brasil.
Desde novembro de 2020 o grupo passava por um processo sucessório comandado pela consultoria Korn Ferry, que foi contratada para encontrar o novo presidente do conglomerado.
Na época, a consultoria recebeu a indicação de três nomes, que já atuam na empresa: Marco Rabello, principal executivo financeiro da holding da família; Juliana Baiardi, atual presidente da empresa de etanol Atvos; e Roberto Simões, presidente da petroquímica Braskem.
Executivos e pessoas ligadas à empresa, que pediram para que seus nomes fossem mantidos em sigilo, contam que executivos avaliados anteriormente não aceitaram o desafio.
Carneiro da Cunha é considerado mais um aliado de Emílio Odebrecht, patriarca da família e o mandato dele também é visto como tampão, assim como era o de Sampaio.
Emílio deixou o comando do conselho em junho de 2018 para sinalizar ao mercado que a família se manteria afastada dos negócios.
Ele foi condenado na ação do sítio de Atibaia, acusado de ter financiado reforma do imóvel frequentado pelo ex-presidente Lula. Ele está recorrendo da decisão e, por isso, ainda não começou a cumprir a sua pena. Emilio também firmou acordo de colaboração premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato.
O atual presidente do grupo, Ruy Lemos Sampaio, é seu amigo. O filho primogênito e ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, segue afastado da empresa. Pai e filho romperam relações no auge das investigações da Lava Jato, quando Marcelo estava preso na Polícia Federal, em Curitiba.
Atualmente, a empresa e Marcelo travam uma série de batalhas judiciais. O novo diretor-presidente também terá que lidar com a recuperação judicial do grupo, considerada a maior da história do Brasil, com dívidas totais estimadas em R$ 98,5 bilhões.