Política

Bolsonaro elogia e diz que visitará prefeito de Chapecó, defensor de tratamento precoce contra Covid

Bolsonaro advoga desde o ano passado o uso de cloroquina e ivermectina no tratamento da Covid-19

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu novamente, nesta segunda-feira (5), o uso de medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19.

Em cerimônia de entrega de residências populares no Distrito Federal, Bolsonaro disse que viajará nesta semana para Chapecó (SC) onde, segundo ele, o prefeito João Rodrigues (PSD) faz "um trabalho excepcional" no "atendimento na ponta da linha" de quem necessita de tratamento.

A prefeitura liderada por Rodrigues intensificou no início de 2021 uma campanha pelo chamado tratamento precoce, com uso de medicamentos como ivermectina e cloroquina. As substâncias não têm eficácia comprovada contra a Covid-19.
 


"[Rodrigues é um] exemplo a ser seguido, por isso estou indo para lá. Para exatamente não só ver, mas mostrar a todo o Brasil que o vírus é grave, mas seus efeitos têm como ser combatidos. Mais ainda, naquele município -com toda certeza em mais [cidades], em alguns estados também- o médico tem a liberdade total para trabalhar com o paciente, total. Esse é dever do médico, uma obrigação e direito dele", declarou o presidente.

Em outro momento de seu discurso, Bolsonaro voltou a dizer que as políticas de enfrentamento ao vírus não podem ser mais nocivas do que a própria doença e defendeu que as pessoas voltem ao trabalho.
"O Brasil precisa voltar a trabalhar", disse.

Em Chapecó, os remédios do chamado tratamento precoce já eram ofertados, mas tiveram o uso estimulado depois que Rodrigues tomou posse em 1º de janeiro.

Bolsonaro advoga desde o ano passado o uso de cloroquina e ivermectina no tratamento da Covid-19, mesmo após diversos estudos não terem atestado que esses medicamentos funcionam para o combate ao vírus.

Especialistas alertam ainda que o chamado tratamento precoce pode estar associado a efeitos colaterais que muitas vezes agravam o quadro de pessoas que ingressam nos hospitais.

O próprio presidente afirma ter usado hidroxicloroquina quando se infectou com o vírus em meados do ano passado.